Se Justiça receber a denúncia, Johann Homonnai vira réu pelo crime; acidente aconteceu em 21 de outubro. Mesmo se condenado, ele não deve ser preso; carro estava a 95 km/h, diz perícia.
O Ministério Público do Distrito Federal denunciou à Justiça nesta Quarta-feira (171122), por homicídio culposo ao volante, o motorista de 18 anos acusado de atropelar e matar o ciclista Raul Aragão, em 21 de outubro.
Agora, se a Justiça receber a denúncia, Johann Homonnai vira réu pelo crime.
A definição do caso como "homicídio culposo" – quando não há intenção de matar – segue o entendimento da Polícia Civil, que investigou o caso ao longo de 16 dias.
A perícia apontou que Johann Homonnai dirigia a 95 km/h no momento da batida, velocidade 58% superior à máxima da via.
Ainda de acordo com as análises, o veículo estava em processo de frenagem no momento da batida porque iria pegar o retorno.
"O jovem foi indiciado em razão da imprudência ao conduzir o veículo. O laudo constatou velocidade de 95 km/h numa via de 60 [km/h]"
Declarou o delegado da 2ª DP, Laércio Rossetto.
Pelo Código de Trânsito Brasileiro - CTB, o crime de homicídio culposo na direção tem pena de detenção de dois a quatro anos. Por isso, mesmo se condenado, Johann Homonnai não deve ser preso.
Neste caso, ele terá que pagar cestas básicas ou prestar serviços comunitários.
Em 6 de novembro, a ONG Rodas da Paz encaminhou um pedido ao Ministério Público do Distrito Federal para que o órgão investigasse o caso. Raul Aragão fazia parte do coletivo, que atua na defesa dos direitos dos ciclistas.
Investigação
A investigação conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia - Asa Norte-DF foi concluída em 16 dias, antes do prazo de 30 dias previsto por lei. Segundo o delegado responsável pelo caso, Laércio Rossetto, o laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil foi fundamental para a conclusão dos trabalhos.
A perícia apontou que Johann Homonnai dirigia a 95 km/h no momento da batida, velocidade 58% superior à máxima da via. Ainda de acordo com as análises, o veículo estava em processo de frenagem no momento da batida porque iria pegar o retorno.
No laudo, os peritos atestam que a vítima foi arrastada por 38 metros após a colisão, até atingir o canteiro central da via. Com o impacto da batida, a bicicleta foi arremessada para a faixa central da pista.
A ONG Rodas da Paz contestou a decisão do delegado.
“A nossa posição é que casos como esse atropelamento, em que ficou evidente o descumprimento às regras de trânsito por parte do motorista, é preciso caracterizá-lo como dolo eventual (assume o risco de matar).”
Homonnai compareceu ao interrogatório, mas permaneceu em silêncio. No dia do acidente, ele chegou a fazer o teste do bafômetro e a ir para a delegacia, no entanto, não foi ouvido a pedido do pai porque estava "muito abalado".
Acidente
Raul Aragão foi atropelado perto da 407 Norte, depois de almoçar no restaurante universitário da UnB, em 21 de outubro. Ele estava a caminho da casa do pai, também na Asa Norte. Quando atravessava a pista com a bicicleta, foi atingido pelo veículo conduzido por Johann Homonnai.
O motorista socorreu o ciclista e fez o teste do bafômetro. Conforme informações da Polícia Civil, ele não estava embriagado.
Raul Aragão integrava projetos de mobilidade e de incentivo ao uso da bicicleta na capital, como o "Bike anjo", que ensinava crianças a pedalar, e o "Bicicleta livre", que teria ampliado os acessos e ciclovias para a UnB e dentro do campus da Asa Norte.
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Com Informações de: G1.
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