Geóloga e espeleologista foram até o local nesta Segunda-feira (170515); profissionais afirmam que buraco é uma caverna comum na região.
Uma equipe de pesquisadores visitou uma cratera recém-descoberta por moradores da Comunidade de Cana Brava, na zona rural de Montes Claros-MG. Uma geóloga, um espeleologista e engenheiros da Defesa Civil foram até o local na manhã desta Segunda-feira (170515) para avaliar que riscos o buraco pode oferecer.
Para os especialistas, o tipo de erosão, que já tem 13 metros de profundidade, é um fenômeno natural no Norte de Minas e pode crescer ainda mais.
A cratera era uma rachadura pequena e cresceu após as chuvas fortes do mês de fevereiro, segundo os moradores da comunidade. Eles procuraram a Defesa Civil em busca de orientações. O órgão preparou um laudo que encaminhava o caso a especialistas e a visita foi feita em conjunto pelos pesquisadores.
O espeleologista e a geóloga concordam que o buraco se trata de uma caverna, antes coberta pela terra que acabou cedendo.
“O Norte de Minas todo está
sob rochas calcárias.
A ocorrência de cavernas
e sumidouros é relativamente comum
e vem através do fenômeno de dolinamento, como é o caso em questão.
As pessoas geralmente não têm acesso a estes buracos
porque aparecem nas zonas rurais,
em locais isolados,
mas é algo comum”
Explica Eduardo Gomes, espeleologista.
O aparecimento repentino da cratera, de acordo com Eduardo, também tem explicação. Para o especialista, a erosão começou no subterrâneo e as águas das chuvas levaram a terra que ficava sob o buraco.
“O fluxo da água superficial,
em decorrência das chuvas fortes,
provocou infiltração na terra
que estava sob a caverna.
Por isso houve o desmoronamento
de forma muito intensa”
Afirma.
Análise do solo
A geóloga Maria Geralda Benedito foi a responsável por fazer as medições do buraco, de 13 metros de profundidade e dois de largura. A análise do solo dentro da cratera também foi feita.
“Podemos ver que as fendas
já existiam e a chuva fez
com que a terra desmoronasse.
Estamos em uma dolina
que é recarga de um aquífero.
Está seco porque é muito profundo.
Neste local, não se pode jogar lixo, deve-se isolar o local
e durante as chuvas pode ser
que mais terra desmorone
para dentro da dolina”
Avalia.
Maria Geralda não acredita que a fenda possa ter um crescimento excessivo.
“Não tem necessidade
de muita preocupação.
É um fenômeno natural.
Como a região é pouco chuvosa,
provavelmente a caverna
não deve aumentar muito.
Tudo depende do volume de chuvas”
Diz a geóloga.
O engenheiro da Defesa Civil, Edvaldo Ferreira, foi o responsável pelo primeiro laudo emitido pelo órgão. Em entrevista ao G1, o profissional demonstrou estar preocupado com o aparente sumidouro. Após a avaliação dos especialistas, ele acredita que o fenômeno seja sim natural.
“Existe a necessidade de isolarmos
a área para que não exponha ninguém a riscos.
Agora que os especialistas
fizeram os estudos,
vamos deixar a natureza agir.
A equipe de pesquisadores
disse que a água deve adentrar
à caverna para reabastecer os lençóis,
então só temos que proteger
para não ter queda de animais
ou de pessoas”
Observa.
Com Informações de: G1.
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