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15 maio 2017

MONTES CLAROS-MG - Especialistas visitam cratera aberta na zona rural e analisam riscos

Geóloga e espeleologista foram até o local nesta Segunda-feira (170515); profissionais afirmam que buraco é uma caverna comum na região.


              Uma equipe de pesquisadores visitou uma cratera recém-descoberta por moradores da Comunidade de Cana Brava, na zona rural de Montes Claros-MG. Uma geóloga, um espeleologista e engenheiros da Defesa Civil foram até o local na manhã desta Segunda-feira (170515) para avaliar que riscos o buraco pode oferecer. 

              Para os especialistas, o tipo de erosão, que já tem 13 metros de profundidade, é um fenômeno natural no Norte de Minas e pode crescer ainda mais.

              A cratera era uma rachadura pequena e cresceu após as chuvas fortes do mês de fevereiro, segundo os moradores da comunidade. Eles procuraram a Defesa Civil em busca de orientações. O órgão preparou um laudo que encaminhava o caso a especialistas e a visita foi feita em conjunto pelos pesquisadores.

              O espeleologista e a geóloga concordam que o buraco se trata de uma caverna, antes coberta pela terra que acabou cedendo. 

“O Norte de Minas todo está 
sob rochas calcárias. 
A ocorrência de cavernas 
e sumidouros é relativamente comum 
e vem através do fenômeno de dolinamento, como é o caso em questão. 

As pessoas geralmente não têm acesso a estes buracos 
porque aparecem nas zonas rurais, 
em locais isolados, 
mas é algo comum”
              Explica Eduardo Gomes, espeleologista.

              O aparecimento repentino da cratera, de acordo com Eduardo, também tem explicação. Para o especialista, a erosão começou no subterrâneo e as águas das chuvas levaram a terra que ficava sob o buraco. 

“O fluxo da água superficial, 
em decorrência das chuvas fortes, 
provocou infiltração na terra 
que estava sob a caverna. 
Por isso houve o desmoronamento 
de forma muito intensa”
              Afirma.

Análise do solo

              A geóloga Maria Geralda Benedito foi a responsável por fazer as medições do buraco, de 13 metros de profundidade e dois de largura. A análise do solo dentro da cratera também foi feita. 

“Podemos ver que as fendas 
já existiam e a chuva fez 
com que a terra desmoronasse. 

Estamos em uma dolina 
que é recarga de um aquífero. 
Está seco porque é muito profundo. 

Neste local, não se pode jogar lixo, deve-se isolar o local 
e durante as chuvas pode ser 
que mais terra desmorone 
para dentro da dolina”
              Avalia.

              Maria Geralda não acredita que a fenda possa ter um crescimento excessivo. 

“Não tem necessidade 
de muita preocupação. 
É um fenômeno natural. 
Como a região é pouco chuvosa, 
provavelmente a caverna 
não deve aumentar muito. 
Tudo depende do volume de chuvas”
              Diz a geóloga.

              O engenheiro da Defesa Civil, Edvaldo Ferreira, foi o responsável pelo primeiro laudo emitido pelo órgão. Em entrevista ao G1, o profissional demonstrou estar preocupado com o aparente sumidouro. Após a avaliação dos especialistas, ele acredita que o fenômeno seja sim natural.

“Existe a necessidade de isolarmos 
a área para que não exponha ninguém a riscos. 

Agora que os especialistas 
fizeram os estudos, 
vamos deixar a natureza agir. 

A equipe de pesquisadores 
disse que a água deve adentrar 
à caverna para reabastecer os lençóis, 
então só temos que proteger 
para não ter queda de animais 
ou de pessoas”
              Observa.

              Com Informações de: G1.

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