Brasil é recordista em cirurgias íntimas femininas: foram 12.870 em 2015. Preocupação com aspecto de genitália não deve ser extrema, diz sexóloga.
Brasil é recordista mundial em cirurgias íntimas femininas. Só em 2015, a modalidade mais popular de intervenção na vagina – a labioplastia ou ninfoplastia – foi feita por 12.870 mulheres no país, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês).
Mas homens também recorrem a uma variedade de procedimentos cirúrgicos no pênis. Em 2016, foram 440 cirurgias de alongamento do pênis no Brasil, segundo a mesma organização.
Na maioria dos casos, as intervenções têm finalidade puramente estética e são buscadas por indivíduos que querem se livrar de inseguranças sobre a aparência da genitália e melhorar a qualidade da vida sexual.
Essas cirurgias, porém, não são isentas de riscos e a decisão de se submeter a elas deve ser cuidadosa e levar em conta aspectos físicos e emocionais.
Segundo a psicóloga clínica e educadora sexual Laura Muller, é comum que homens e mulheres se preocupem com a aparência de seus genitais e esse tipo de insegurança pode ter um impacto grande na vida sexual.
Mas isso não deve ser levado ao extremo, de acordo com a especialista.
“Eu costumo dizer para homens e mulheres que não é a dimensão do órgão ou seu aspecto que fazem a diferença no prazer sexual, mas sim o encaixe do casal, como esse casal se relaciona na cama, o quanto conseguem entender o que um e o outro gostariam de fazer.”
Veja algumas das cirurgias íntimas a que recorrem homens e mulheres com a esperança de melhorar a vida sexual:
CIRURGIAS FEMININAS
Labioplastia ou ninfoplastia
A redução dos pequenos lábios da vagina, mais comumente chamada de labioplastia ou ninfoplastia, é a cirurgia íntima mais procurada pelas mulheres, segundo o cirurgião plástico André Colaneri, especialista na técnica.
De acordo com o médico, as mulheres procuram a cirurgia quando se incomodam pelo fato de os pequenos lábios se projetarem para fora dos grandes lábios.
A cirurgia consiste em retirar esse “excesso”.
Colaneri diz que o principal objetivo da cirurgia é aumentar a autoestima da mulher que, por causa da insatisfação com a aparência da vagina, evita se trocar em vestiários coletivos, de usar roupas justas e fica constrangida durante relações sexuais.
Trata-se de uma cirurgia de pequeno porte, com anestesia local, na qual a paciente tem alta no mesmo dia e pode retornar ao trabalho dois dias depois.
Exercícios físicos estão liberados depois de 21 dias e relações sexuais, depois de 30 dias.
O cirurgião alerta que a cirurgia, apesar de simples, pode trazer riscos importantes se feita por profissionais sem experiência.
“Se tirar demais os pequenos lábios, não tem como refazer. É uma sequela para o resto da vida”
Diz.
Para entender melhor o procedimento, veja o vídeo.
Redução dos grandes lábios
Há também casos em que a mulher se incomoda com a aparência dos grandes lábios, quando considera que existe excesso de pele ou flacidez, segundo Colaneri.
Neste caso, o cirurgião pode fazer um enxerto usando gordura da própria paciente na região, o que faz com que a pele, antes flácida, se estique.
Há também a possibilidade de retirar, por meio de cirurgia, o excesso de pele.
Redução do monte de vênus
É chamado de monte de vênus a região acima do púbis, alguns centímetros abaixo do umbigo.
Algumas mulheres se incomodam quando existe um acúmulo de gordura na área, tornando-a volumosa.
Colaneri explica que algumas pacientes optam por fazer lipoaspiração na região, de modo a eliminar o abaulamento pelo acúmulo de gordura localizada.
Essas mulheres relatam incômodo ao usar biquíni ou roupas justas que revelam o volume extra, segundo o cirurgião.
Para entender melhor o procedimento, veja o vídeo.
Vaginoplastia
Diferentemente das anteriores, a vaginoplastia, ou estreitamento do canal vaginal, é uma cirurgia com caráter mais funcional do que estético.
Pode ser feita por mulheres que tiveram alterações da vagina decorrentes de um parto problemático ou para corrigir problemas como a bexiga caída. Saiba mais sobre o procedimento no vídeo abaixo.
CIRURGIAS MASCULINAS
Correção de curvatura
No caso dos homens, a queixa mais comum que os leva ao consultório do urologista em busca de uma intervenção com fins estéticos é a curvatura do pênis, segundo o médico Paulo Henrique Egydio, referência nesse tipo de cirurgia.
Existem dois tipos: a curvatura peniana do jovem, quando o problema é congênito, e a curvatura adquirida, ou doença de Peyronie, provocada por pequenos traumas durante relações sexuais ou outros acidentes.
O problema pode não ser apenas estético, mas também prejudicar as relações sexuais, provocando desconforto na parceira.
O diagnóstico dessa condição só pode ser feito com o pênis ereto. Por isso, no consultório, o médico injeta uma medicação na base do pênis que provoca a dilatação dos vasos, induzindo a uma ereção involuntária, independente de estímulos eróticos.
Esse mesmo procedimento é utilizado no diagnóstico de outros problemas penianos.
A cirurgia é capaz de restaurar a simetria do pênis ao eliminar o “repuxamento” que provoca a curvatura durante a ereção.
O paciente pode ter alta até no mesmo dia e voltar a ter relações sexuais em seis semanas, segundo Egydio.
Entenda melhor o procedimento no site do urologista.
Recuperação de tamanho
Segundo Egydio, o pênis também pode diminuir de tamanho ao longo da vida.
Pequenos traumas durante relações sexuais ou acidentes podem produzir cicatrizes internas que impedem que o pênis se estique completamente e prejudicam a ereção.
Nesse caso, uma cirurgia pode recuperar o tamanho do pênis até o limite do tamanho dos nervos do órgão.
O procedimento pode ser associado a um implante de prótese de silicone para ajudar na recuperação do comprimento e diâmetro do pênis.
Expectativa x realidade
Egydio observa que é importante que os pacientes não criem falsas expectativas em relação ao procedimento.
“Tem que alinhar muito bem o que se espera da cirurgia e o que se pode oferecer para não achar que vou fazer o tamanho que ele almeja. Se os nervos permitirem, o tamanho será maior, mas isso é um achado na hora da cirurgia, não existe exame que defina o tamanho que vai ficar antes da cirurgia.”
Segundo o urologista, insatisfação em relação à aparência do pênis impacta de forma muito intensa a vida dos homens.
“Principalmente no jovem, isso impacta muito.
Ele cada vez quer sair menos ou se expor diante da parceira, evita sempre namoros e vive uma exclusão social.”
Ele conta que o homem tem dificuldade de falar sobre o assunto e demora em média de três a cinco anos para procurar um médico.
“Tudo isso impacta no âmbito psicológico, social e afetivo e faz com que o homem fique desmotivado como um todo.”
No vídeo, o ginecologista José Bento, consultor do Bem Estar, comenta sobre as cirurgias íntimas femininas:
Com Informações de: G1.
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