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16 maio 2020

BELO HORIZONTE-MG - Justiça quer propaganda dos bancos mais clara

Forma de comunicar renegociações de dívidas por causa da pandemia deve ser revista.


               O juiz da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte-MG, Sergio Henrique Cordeiro Caldas Fernandes, determinou que a Federação Brasileira de Bancos - FEBRABAN e o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander esclareçam, em 48 horas, propaganda veiculada sobre renegociação de dívidas durante a pandemia.

               O Instituto Defesa Coletiva entrou com Ação Civil Pública na Justiça argumentando que, em Março deste ano, a FEBRABAN emitiu dois comunicados sobre a prorrogação do prazo de pagamento, por 60 dias, de empréstimos e financiamentos de clientes que estivessem adimplentes. A intenção da medida era facilitar os pagamentos, antes da instalação de uma possível crise causada pelo novo coronavírus.

               No entanto, disse o instituto, a medida da FEBRABAN foi divulgada em publicidade dos bancos de forma obscura, sem a devida informação sobre, por exemplo, a incidência de juros e outros encargos e a política de renegociação de cada instituição financeira.

Propaganda enganosa

               O instituto apurou diversas reclamações de consumidores que pleitearam a prorrogação, mas tiveram o pedido indeferido. Para o órgão de defesa do consumidor, a publicidade dos bancos, na verdade, é enganosa, pois direciona o consumidor a erro, uma vez que as instituições financeiras estão renegociando os contratos com a inclusão de juros moratórios e outros encargos.

               O juiz Sergio Henrique Fernandes ressaltou que os consumidores foram atraídos para os bancos com a expectativa de que seria postergada a data do pagamento dos seus compromissos ou que seriam oferecidas condições especiais.

"Não obstante, as indicações trazidas levam a crer que, na prática, estão as instituições bancárias praticando alongamentos das parcelas, com o acréscimo proporcional dos juros remuneratórios no patamar contratado e IOF sobre a carência adicional no saldo devedor, retirando a confiança despertada pela publicidade original, esta que deve ser considerada como enganosa"
               Disse.

               O magistrado determinou que a FEBRABAN e os bancos publiquem nova informação com a explicação de forma clara e precisa para os consumidores sobre qual produto está sendo ofertado e sobre as diferenças entre "prorrogação" e "renegociação".

               Segundo o juiz, é preciso também destacar na publicidade das instituições financeiras se no período de prorrogação ou renegociação da dívida haverá a incidência de juros e demais encargos e se esta operação será feita de forma automática ou não pelos bancos.

               A realização de outras práticas como vendas casadas, de acordo com a decisão, devem ser apuradas no decorrer do processo.

               Por ser de primeira instância, cabe o recurso dessa decisão.

               Com Informações de
TJMG - BELO HORIZONTE-MG.

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