É no fundo do mar que os cientistas poderão entender a vida no espaço. Pelo menos, a ajudar a entender. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tóquio e do Taiti encontrou bactérias que vivem em pequenas rachaduras de rochas vulcânicas com milhões de anos.
A descoberta foi publicada na "Communications Biology" da Revista Nature. Os minerais encontrados nas rochas da pesquisa, obtidas do fundo do oceano, provavelmente são semelhantes aos que estão em Marte, o que aumenta a expectativa da equipe.
"Agora estou quase esperando demais encontrar vida em Marte.
Caso contrário, deve ser que a vida dependa de algum outro processo que Marte não tem, como placas tectônicas"
Disse o professor Yohey Suzuki, um dos autores do artigo.
"Níveis neutros a levemente alcalinos, baixa temperatura, salinidade moderada, ambiente rico em ferro, rocha de basalto, todas essas condições são compartilhadas entre o oceano profundo e a superfície de Marte"
Complementou.
O objetivo agora é criar um estudo junto com o Centro Espacial Lyndon B. Johnson da NASA para coletar amostras das rochas do planeta vermelho que já foram coletadas em expedições.
A equipe passou mais de dez anos tentando criar maneiras de analisar as rochas, retiradas de três diferentes pontos do Oceano Pacífico, mais especificamente na Nova Zelândia. Inspirado em patologistas, Suzuki e os demais pesquisadores fizeram cortes ultrafinos nelas. Logo depois, lavaram com um líquido que mancha o DNA e colocaram as folhas de corte no microscópio.
"Essas rachaduras são um lugar muito amigável para a vida. Os minerais de argila são como um material mágico na Terra; se você pode encontrar minerais de argila, quase sempre pode encontrar micróbios vivendo neles"
Explicou o professor.
Na análise do DNA, foram identificadas diferentes espécies de bactérias em cada fenda. Esses seres unicelulares produziam energia a partir de oxigênio e nutrientes orgânicos.
Em um centímetro cúbico, foram encontradas cerca de 10.000.000.000 de células bacterianas.
Com Informações de: UOL.
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