Fábrica da cidade registrou demanda maior que em Janeiro de 2019. Farmácias da cidade também começam a ter procura pelo produto; médico fala sobre prevenção.
Com nove casos suspeitos no Brasil, sendo um em Minas Gerais, o surto de coronavírus no mundo começou a fazer a população se preocupar com a doença. Em Uberlândia-MG, uma empresa que fabrica álcool em gel aumentou a produção em Janeiro, conforme reportagem da TV Integração. E o G1 procurou farmácias da cidade para saber como estão as vendas.
Veja como se prevenir.
Classificado pela Organização Mundial da Saúde - OMS como risco global elevado, o surto de Coronavírus gerou aumento no número de pedidos por álcool em gel em uma fábrica de Uberlândia. A produção foi ampliada em 20% se comparado com Janeiro de 2019.
“Atualmente, vendemos para todos os estados do Brasil. O foco maior é São Paulo. Mas também exportamos para países da Europa e, na América, para os Estados Unidos e Canadá”
Comentou o diretor comercial Sérgio Spini.
Diariamente, a fábrica produz 20 toneladas de álcool em gel. Spini atribui a demanda à consciência da população.
“Há expectativa de crescimento de vendas, principalmente pela consciência dos brasileiros. As pessoas estão mais cientes quanto à da necessidade de manter as mãos limpas, pois elas são os maiores vetores das doenças que nós temos”
Completou.
Farmácias
Para saber se a procura pelo álcool em gel também aumentou em estabelecimentos como farmácias, o G1 entrou em contato com cinco estabelecimentos de diferentes bairros.
Segundo a atendente de uma unidade da rede Drogalíder, localizada na Avenida Rondon Pacheco, no Bairro Lídice, o número de clientes que procura pelo álcool em gel aumentou.
“Tanto o álcool em gel, quanto a vitamina C tiveram crescimento nas vendas. O que mais tem sido vendido é a embalagem pequena de álcool em gel, que é de fácil transporte e pode ser levada na bolsa ou no bolso. A vitamina C para 30 dias também tem vendido bastante”
Afirmou Bruna Carolina Rosa.
A mesma tendência foi registrada na unidade da Rede Farmais, no Bairro Planalto. Local onde também cresceu a procura por máscaras de proteção respiratória. De acordo com o atendente, os clientes têm atribuído a compra ao risco da nova doença.
“A procura pelo produto aumentou bastante, sendo a embalagem de 200 ml de álcool em gel a mais pedida. Mas aqui até máscaras, que não costumam sair tanto, as pessoas têm procurado”
Informou Marrynan Silva.
Por outro lado, as outras três farmácias procuradas pelo G1 ainda não registraram crescimento nas vendas de álcool em gel. Na Drogaria Sideral, no Bairro Ipanema, o atendente informou que as vendas continuam iguais.
Na Drogaria Super Saúde, do Bairro Morumbi, também não foi identificado aumento nas vendas.
“As vendas não aumentaram de forma que pudéssemos perceber. Sempre temos uma boa saída do produto com 100 ml, mas tem seguido o número normal de vendas”
Explicou o atendente Izaias Domingos de Farias.
O mesmo foi registrado na unidade da Drogaria Remediall, no Bairro Jardim Karaíba.
Coronavírus
De acordo com o médico Fernando de Moraes, o álcool em gel deve ser utilizado para higienizar as mãos sempre que existir risco de contaminação.
“O álcool em gel é para substituir a lavagem de mãos com água e sabonete, onde não há condições de se fazer isso, mas sempre devemos utilizar água e sabão para higienização de todo o corpo”
Destacou Moraes.
Ainda segundo o profissional, o produto é importante porque destrói a membrana que envolve o vírus e atua nas enzimas que promovem a sobrevivência deles.
“Você pode deixar no seu carro e na bolsa pra qualquer emergência ter em mãos. É uma boa conduta, principalmente com a ameaça do coronavírus. Lembrando que o álcool em gel também evita a contaminação de outros vírus e bactérias”
Completou o médico.
Além da higienização das mãos, é recomendado que a população mantenha os ambientes ventilados, utilize lenço descartável para higiene do nariz e evitar contato com pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.
Recomendação
A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda reforçar cuidados de higiene, mas não o uso de máscaras. Agência Nacional de Vigilância Sanitária também não colocou o uso de máscara entre suas recomendações à população em geral, apenas para funcionários de portos, aeroportos e fronteiras que fazem abordagem de pessoas e inspecionam bagagens acompanhadas.
Coronavírus no mundo
O novo vírus é apontado como uma variação da família Coronavírus. Os primeiros Coronavírus foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde. Os primeiros casos foram registrados na cidade de Wuhan, na China.
A nova epidemia já matou 170 pessoas na China e o número de infectados ultrapassa 7.800 no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS.
O Brasil registrou 43 notificações. Destes, nove casos são suspeitos, 28 foram excluídos, e 6 chegaram a ser suspeitos, mas foram descartados.
Os casos suspeitos foram registrados em:
Minas Gerais (1),
Rio de Janeiro (1),
Santa Catarina (2),
São Paulo (3),
Paraná (1),
Ceará (1).
Ainda não se sabe como se ocorreu a primeira transmissão para humanos, a suspeita é que foi por um animal silvestre. Uma pesquisa aponta que o animal é o morcego.
Os sintomas identificados são febre, tosse, dificuldade em respirar e falta de ar. Em casos mais graves, há registro de pneumonia, insuficiência renal e síndrome respiratória aguda grave. Ainda não há vacina para combater o vírus, mas pesquisas já foram iniciadas.