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03 novembro 2019

DOM BOSCO-MG - Moradores rezam terço, colocam velas e faixas nos entulhos da igreja demolida

'O Dia de Finados simbolizou o nosso luto em relação ao templo destruído'; igreja foi demolida no dia 26 de Outubro à pedido do padre, que diz que agiu em comum acordo com a comunidade.


                No Dia de Finados, moradores de Dom Bosco-MG rezaram um terço simbolizando luto em frente à igreja que foi demolida por um padre no dia 26 de Outubro. A igreja tinha mais de 50 anos e a demolição causou revolta na população. 
                O padre reafirma que agiu em comum acordo com a comunidade.

                Cerca de 20 moradores participaram do momento de oração, e colocaram velas, flores e faixas nos entulhos que restaram da igreja. 

“O Dia de Finados simbolizou o nosso luto em relação ao templo destruído. Rezamos o terço e demonstramos nossa indignação, as velas e as flores simbolizam nossa fé e a tristeza que sentimos por não ter mais a igreja para rezar”
                Contou a assistente social, Beatriz Pereira de Almeida
                Ela é natural de Dom Bosco e frequentava a igreja desde criança.

“Fui batizada e me casei nessa igreja. Toda a minha família participava da igreja e o sentimento que fica é de revolta mesmo”
                Desabafa.


                Beatriz Helena também saiu de casa cedinho para fazer oração em frente a igreja. Ela diz que conheceu o padre que construiu o local e foi lá em forma de luto. 

“Frei Humberto que construiu essa igreja e ele era apaixonado por ela. Ele já faleceu e hoje, Dia de Finados, fui lá em homenagem a ele. Não conseguimos entender porque a igreja foi demolida, ela estava em perfeito estado. Estou muito triste, parece que foi um pedaço de mim junto com a igreja".


Demolição


                A igreja foi demolida no último Sábado (191026) e causou revolta nos moradores. Alguns chegaram a jogar pedra na casa paroquial onde o padre mora. Ao saber que uma máquina estava no local para fazer o serviço, a prefeita chamou a Polícia Militar, que determinou que a ação fosse interrompida até o esclarecimento da situação, mas apenas uma pequena parte da estrutura não havia sido derrubada.

                A prefeita da cidade, Iramaia Almeida, informou que o município fazia um estudo para tombar e transformar a construção em patrimônio histórico. Uma semana após a demolição, os entulhos permanecem no local e a prefeita diz que aguarda um posicionamento da igreja.

“Nesta semana representamos o boletim de ocorrência na Polícia Civil e mandamos um ofício para a diocese para entender o motivo da demolição e estamos aguardando a resposta”.

                Ela contou ainda que recebeu um ofício assinado por duas advogadas do padre solicitando autorização para a remoção dos entulhos do local. 

“Os entulhos estão lá do mesmo jeito, não respondemos esse ofício porque é uma situação inusitada e temos que estudar legalmente o que podemos fazer. Os advogados da prefeitura estão analisando isso juridicamente”.


                O G1 também procurou o padre Ronne da Silva neste Sábado (191102) e ele disse que a igreja católica ainda vai se posicionar oficialmente, mas reafirmou que a decisão de demolir a igreja foi ação conjunta entre o Conselho Fiscal Econômico e Pastoral, a comunidade e o bispo.

“Nos reunimos com as lideranças das comunidades e pastorais, e desde 2002 já tem uma ata registrada com o desejo da comunidade de construir uma nova matriz no lugar dessa igreja. Já tínhamos recebido 1.242 sacos de cimentos, 15.000 tijolos, toda a areia, 40 toneladas de brita para obra. Também já temos em caixa R$140.000,00 e mesmo após a demolição, a igreja continua recebendo doações dos fiéis”
                Disse.

                Com Informações de: G1.

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