Um dia após temporal, moradores e comerciantes contabilizam estragos e prejuízos na cidade.
O temporal dessa Quinta-feira (190502) deixou um rastro de destruição em Vicente Pires-DF.
Na manhã desta Sexta-feira (190503), moradores e comerciantes contabilizaram os prejuízos e relataram o aperto que passaram durante a chuva forte.
“Ficou todo mundo ilhado.
Dava para ver o asfalto sendo carregado, parecia um rio.
Ficamos com medo”
Disse a comerciante Regina Rodrigues, 40 anos, dona de um salão na Rua 8.
Ela conta que, nesta Quinta-feira, teve de esperar a chuva passar, até conseguir voltar para casa no fim da tarde.
O também comerciante Júnior Lustosa, 27 anos, afirma que Vicente Pires para quando chove.
“Não tem como passar nem carro.
A água vem descendo e leva tudo”
Ressaltou.
Os estragos chegaram à Estrada Parque Taguatinga-DF - EPTG DF-085 , onde 400 metros de asfalto foram arrancados com a força da enxurrada.
Após uma reunião emergencial nesta sexta, o governador, Ibaneis Rocha (MDB), determinou ao secretário de Fazenda, André Clemente, que viabilize a liberação de R$150.000.000,00 para obras na região o quanto antes. Os recursos serão retirados do Tesouro local.
Outros R$350.000.000,00 deverão ser liberados posteriormente para outras cidades.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, o recurso para Vicente Pires também poderá ser repassado para ações de emergência em outros pontos castigados pelas chuvas, como Sol Nascente, em Ceilândia-DF.
Além disso, o Governo do Distrito Federal - GDF criou o Comitê de Emergência, responsável por integrar e coordenar as ações do governo em novos episódios como o de Vicente Pires. O grupo será coordenado pelo secretário-executivo do Conselho de Políticas Públicas e Gestão, José Humberto Pires.
Apesar dos pedidos da comunidade pela publicação do decreto de calamidade em Vicente Pires, o GDF decidiu deixar a ideia ainda em segundo plano. Para Novacki, o mais importante é que as ações do governo cheguem de fato até a cidade.
“Nós estamos estudando. E agindo com o máximo de transparência. Agora, não vamos aqui ficar usando de subterfúgios ou criando situações para enganar a população. Do que adiantaria criar um decreto de emergência e não ter ações de fato emergenciais?”
Argumentou Novacki.
Pelas redes sociais, Ibaneis Rocha disse que a situação em Vicente Pires é resultado de anos de descaso e omissão. Na manhã desta Sexta-feira (190503), o emedebista fará uma reunião de emergência para definir quais medidas o Executivo irá tomar.
“Anos de descaso e omissão estão cobrando seu preço com as fortes chuvas que têm castigado regiões do Distrito Federal. Governos passaram e deixaram que famílias habitassem locais sem realizar obras básicas de infraestrutura em alguns bairros, como Vicente Pires, Sol Nascente e Pôr do Sol”
Afirmou Ibaneis, pelas redes sociais.
O Departamento de Estradas de Rodagem - DER trabalha na recomposição do asfalto destruído próximo ao Viaduto Israel Pinheiro, na EPTG. Conforme explica o engenheiro do órgão Paulo Robert Santos, a ação é emergencial para liberar o sistema de drenagem.
Lama e pedras estão sendo retiradas da rede.
O asfalto dentro da cidade também foi afetado. Na Rua 8, é possível ver blocos de pedra que foram tirados do chão e levados pela força da água.
A situação tira o sono de moradores e comerciantes.
O enfraquecimento do comércio local tem sido foco de debates desde que a Associação Comercial e Industrial de Vicente Pires - ACIVIP divulgou, no começo deste ano, que em 120 dias: cerca de 100 empresas fecharam as portas; 15.000 funcionários foram demitidos; e 40% das vendas se perderam.
Segundo dados da entidade, são 3.000 companhias e 25.000 empregos diretos ou indiretos na região.
A água chegou a entrar em alguns estabelecimentos nesta Quinta-feira (190502). Uma funcionária de uma loja na Rua 5, que não quis se identificar, ainda enxugava e limpava o local nesta Sexta-feira.
“A chuva de ontem foi mais forte que as outras.
Saí quando começou, por volta de 17:00 horas”
Afirma Eduardo de Paula dos Santos, 24 anos, gerente de vendas de uma loja de material de construção.
“Desde o começo das obras, os lucros já caíram em 20%”
Ressaltou.
A Rua 4B também foi prejudicada.
A lama tomou conta de onde transitam os carros.
Na calçada, blocos de pedra atrapalham a passagem dos pedestres.
Houve alagamento na região. Vídeos mostram carros submersos até a metade.
Uma manifestação dos moradores está marcada para o fim da tarde no Viaduto Israel Pinheiro. A concentração começa às 17:00 horas no estacionamento da Feira do Produtor e, segundo participantes da organização, pode haver o fechamento da EPTG.
Com Informações de: Metrópoles.
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