Quatro pessoas, incluindo o ex-prefeito Gilmar Machado (PT), ficaram presas temporariamente para preservar as investigações e auxiliar as autoridades no recolhimento de provas.
A Polícia Federal em Uberlândia-MG está aguardando a de São Paulo analisar os materiais apreendidos durante a Operação “Encilhamento” para poder concluir o inquérito que compete à delegacia local e tem como alvos da investigação o ex-prefeito Gilmar Machado (PT), o ex-superintendente do Instituto de Previdência Municipal de Uberlândia - IPREMU, Marcos Botelho, e os ex-membros do Comitê de Investimento do instituto, Cláudio Roberto Barbosa e Mônica Silva Resende.
Durante a operação que apura irregularidades envolvendo a aplicação de recursos de institutos previdenciários em fundos de investimento de risco foram cumpridos mandados de prisão temporária contra os quatro investigados.
Todos estão soltos e ainda não respondem a nenhum processo relacionado à “Encilhamento”.
O delegado-chefe da PF em Uberlândia, Carlos Henrique Cotta D'Ângelo, ressaltou que ainda não há previsão para que o inquérito seja finalizado, uma vez que os trabalhos dependem da perícia dos itens apreendidos.
“Todo material apreendido está em São Paulo. Após essa análise volta, realizamos algumas diligências e relatamos o inquérito”
Destacou.
Depois da conclusão, os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de fraude do mercado financeiro, lavagem de dinheiro e fraude à licitação. Em seguida o inquérito será remetido para a vara especializada em crimes financeiros, que fica em Belo Horizonte-MG, e também serão enviadas cópias ao Ministério Público Federal - MPF e à Promotoria de Justiça de Uberlândia.
Nesta Terça-feira (180424) o G1 procurou a defesa dos investigados para saber se eles queriam se pronunciar novamente sobre o assunto.
A de Marcos Botelho informou à reportagem que o cliente aguarda a conclusão das investigações para poder falar a respeito.
Já a de Gilmar Machado disse que ele iria falar à TV Integração - emissora a qual o G1 integra - nesta Terça-feira (180424), e preferiu não dar entrevista por telefone à reportagem.
Na última vez que a defesa do ex-prefeito envidou nota à imprensa, no último domingo (22) após ter sido solto, disse:
"Gilmar Machado têm a absoluta certeza que todas as ações que foram realizadas por quem esteve à frente do IPREMU durante sua gestão foram feitas em conformidade com a lei, inclusive tanto os decretos como as nomeações tiveram o respaldo da Procuradoria Geral do Município. O ex-prefeito espera que a Constituição seja respeitada e aguarda que tanto ele como Marcos, Cláudio e Mônica possam responder em liberdade ao inquérito que nem mesmo se transformou em ação penal. Gilmar Machado e os demais ressaltam que tem total convicção de que o Poder Judiciário haverá de reconhecer a injustiça dessas prisões"
Dizia trecho da nota.
Já com relação aos representantes de Cláudio e Mônica, a reportagem não obteve acesso à defesa.
Investigação
A Polícia Federal apura irregularidades envolvendo a aplicação de recursos de institutos previdenciários em fundos de investimento de risco. As investigações, que contaram com o apoio da Secretaria de Previdência - SPREV, levam em consideração desvios bilionários que acarretaram dano ao erário em diversos municípios.
Em Uberlândia foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, sendo um deles na sede do IPREMU.
Os fundos de investimento alvos da operação estão localizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás.
Especificamente em Minas, também houve cumprimento de mandados nas cidades de Pouso Alegre-MG, Betim-MG e Santa Luzia-MG.
Prejuízos
Em Uberlândia, a polícia já identificou um prejuízo aproximado de pelo menos R$300.000.000,00 aos cofres do IPREMU. D'Ângelo contou que o instituto mantinha cerca de 98% dos investimentos em bancos oficiais. Mas durante a gestão do ex-prefeito Gilmar Machado, uma nova consultoria foi contratada e passou-se a investir em títulos emitidos sem valor real.
“Conseguimos identificar que os títulos não apresentavam valor nenhum. Era como se o instituto tivesse comprado só papel”
Disse o delegado da PF em Uberlândia.
Prisões
Após a operação, os presos foram levados para o Presídio Professor Jacy de Assis. Mônica e Cláudio foram soltos no último dia 17 de abril.
Já Gilmar e Marcos Botelho tiveram as prisões prorrogadas pela Justiça por mais cinco dias, uma vez que durante os trabalhos a polícia pontuou a necessidade de manter as prisões para conseguir colher mais provas.
Os dois cumpriram a medida e foram liberados na noite de Sábado (180421).
Com relação à prisão temporária que os investigados sofreram, a Polícia Federal informou que a medida não foi um cumprimento de pena, mas um instrumento legal para preservar as investigações e auxiliar as autoridades no recolhimento de provas.
Com Informações de: G1.
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