Vantuir Gabriel Dias, de 60 anos, foi reconhecido durante uma fiscalização da PRF em Lavras-MG; caso ficou marcado por sacos de lixo com partes do corpo da vítima.
O homem acusado de ser o mandante do assassinato no caso do “Crime do Saco Preto”, em Poços de Caldas-MG, foi preso neste Domingo (170611).
O caso aconteceu em 1989 e o acusado, Vantuir Gabriel Dias, de 60 anos, estava foragido há dois anos. Ele foi reconhecido durante uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal na Rodovia Fernão Dias, em Perdões-MG, por volta das 20:00 horas.
Dias foi condenado pela morte de Geraldo Caetano de Jesus, de 25 anos. O crime ganhou esse nome porque servidores de limpeza pública da cidade encontraram diversos sacos de lixo com 18 pedaços de um corpo em maio de 1989.
Dias foi levado para a Delegacia Regional de Polícia Civil de Lavras-MG e depois encaminhado para o Presídio de Poços de Caldas.
O crime do saco preto
Na manhã do dia 26 de maio de 1989, um saco preto, com partes de um corpo, foi encontrado por um gari encostado em um muro na rua que fica ao lado do Espaço Cultural da Urca.
Bem perto dali, no mesmo dia, um segundo saco preto, com outras partes de corpo humano, foi encontrado na Avenida João Pinheiro.
A polícia descobriu que quem levou os sacos para a cidade chegou em Poços de Caldas de ônibus e desceu na rodoviária da cidade, que na época ficava onde atualmente é a Praça do Museu.
Ao todo foram encontradas 18 partes de um corpo humano espalhadas pela cidade em vários sacos pretos. Os pés, mãos e cabeça da vítima nunca foram encontrados. O crime chocou a cidade na época.
“Isso aqui em Poços de Caldas nunca teve, agora que vai aparecer”
Disse um rapaz ao dar entrevista para a EPTV Sul de Minas na época.
As investigações concluíram que o corpo encontrado era de Geraldo Caetano de Jesus. Dois anos antes, ele teria se envolvido em uma briga em Conceição do Pará, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Um homem morreu na briga e a família deste homem teria jurado vingar a morte, matando Geraldo.
O delegado Carlos Camargo, à frente da investigação na época, lembra que o caso se arrastou na Justiça porque a defesa de Dias alegava que não havia provas concretas de que o corpo encontrado em Poços de Caldas era mesmo de Geraldo. Na época do crime, não havia exame de DNA, e em 2006, o delegado também afirmou não ser possível mais fazer o exame.
“Este fato não pode ser concretizado tendo em vista que o material daquele corpo já havia sido sepultado no Cemitério da Saudade em Belo Horizonte-MG, numa cova provisória, e depois de um tempo retirado os ossos e colocado no ossuário geral daquele cemitério. Então ali, misturado com centenas de milhares de ossos e ficou completamente prejudicada (a amostra) se fizesse o DNA ósseo daquela pessoa.”
Dias foi a júri em 2012 e condenado a quase 20 anos de prisão. O homem apontado como o executor do crime a mando de Dias, Luiz Coutinho dos Santos, também foi condenado a 19 anos de prisão. Dias recorreu em liberdade e o mandado de prisão contra ele saiu em 2015. O acusado ficou foragido por esses dois anos, e a prisão dele neste Domingo é o desfecho de um dos casos mais emblemáticos já registrados em Poços de Caldas.
“Naquela época, ainda não existia a lei de crimes hediondos, porque se existisse, tranquilamente essa pena seria aumentada. Mas, [na época], eles esgotaram todos os recursos.”
O advogado de Vantuir Gabriel Dias foi procurado para falar sobre a prisão, mas até a publicação desta reportagem, não havia se manifestado sobre o assunto.
Com informações de: G1.
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