Em Montes Claros, 5 cães participam de ocorrências de maior complexidade. Em 2016, o canil atuou em 97 casos envolvendo faro e captura.
"Os cães treinados vão a lugares que os olhos não podem ver"
Foi com essa frase que o sargento Adilson Francisco, comandante de uma das guarnições das Rondas Ostensivas com Cães - ROCCA, descreveu a importância dos animais nas atividades policiais.
Treinamentos diários e a dedicação dos profissionais é, segundo o militar, a principal fórmula para o sucesso de ocorrências policiais envolvendo os cães treinados por policiais militares, que mostram sensibilidade ao convívio diário de um canil. Em Montes Claros-MG, há cinco animais de trabalho que participam de ocorrências de maior complexidade; dois estão em fase de treinamento.
O canil funciona no complexo do Décimo Batalhão.
Em Minas Gerais, os cães fazem parte do efetivo policial desde 1957. Na maior cidade do Norte de Minas, a equipe da Rocca foi formada em 2011 e, atualmente, conta com 8 militares em dois grupos de trabalho, com disponibilidade em horário integral.
Em um dia sem alteração na rotina, os policiais separam a parte da manhã para cuidados com os cães, como escovação dos pêlos e limpeza do ambiente do canil, além do treinamento sistemático com bolinhas, caixas de faro e luva para mordida.
Também são feitas simulações de situações mais comuns enfrentadas no dia a dia. À tarde e à noite, os militares ficam à disposição para ocorrências.
"Somente com treinamento diário, sem interrupções, e dedicação dos militares, treinados para promover o condicionamento e aperfeiçoamento do animal, é possível você ter o resultado esperado como na apreensão de materiais ilícitos e captura de fugitivos. Há cães em outros canis militares do Estado que buscam por explosivos, corpos desaparecidos, alguns até em estado de decomposição.”
Completa o sargento Adilson, que trabalha com cães há 14 anos.
A droga utilizada nos treinamentos é entregue pela Polícia Federal mediante autorização do Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Anualmente, são cedidas 300 gramas de cocaína bruta e 300 gramas de maconha.
Treinamento por simulação
Um cão fica apto para atuar em ocorrências em quatro meses, aproximadamente. A Rocca é regida por um manual técnico com edição de 2013 pelo Centro de Pesquisa e Pos-gradução da Academia de Polícia Militar de Minas Gerais.
O É o Bicho acompanhou o treinamento dos cães por uma tarde.
Na simulação acima, o Pastor Alemão "Nero" tem de encontrar uma arma escondida no capô de um carro. Após encontrá-la, ele tem a recopensa: uma bolinha utilizada desde o início do treinamento como o "troféu" pelo desempenho.
"O entrosamento entre homem e animal é muito importante. O militar condutor precisa avaliar a posição do vento para facilitar o movimento das partículas até o focinho do cão. Depois desta avaliação, é traçado um plano de busca. Se for em ambiente externo, o cão vai começar da esquerda para a direita e sempre terminar onde começou. Se for em ambiente interno, como dentro de um carro, as buscas começam no sentido contrário. Para traçar o plano de busca, o militar tem de fazer a vistoria de segurança, ou seja, retirar do local tudo que pode causar dando para o animal e ao condutor, como cacos de vidro, pregos e grampos"
Ensina o sargento.
Em outra simulação, em campo aberto e em mata fechada, o Pastor Alemão "Quasar" tem de caputrar um fugitivo. O condutor do cão dá o comando de captura e o fugitivo é alcançado e imobilizado pela mordida do cão até a chegada da PM. O cão chega a atingir uma velocidade de 15 a 20 km por hora.
Em 2016, o canil atuou aproximadamente em 97 ocorrências envolvendo faro e captura.
Com Informações de: G1.
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