Crianças nasceram em Montes Claros e ainda não têm um ano de vida. Estudos apontam relação da microcefalia com o vírus da Zika.
Este é o primeiro Dia das Crianças de Maria Alice, João Antônio e Maria Vitória. Eles nasceram em Montes Claros-MG e são a realização de duas mulheres que se tornaram mães.
Com poucos meses de vida, ainda não vivem a expectativa da data em que os pequenos esperam ansiosos por um brinquedo novo, muitas vezes dado pelos pais.
E, em uma inversão de papeis, os três acabaram se tornando os presentes de Fabiana Pereira e Rose Rodrigues.
Do nascimento dos filhos até este dia 12, elas viveram exclusivamente para cuidar deles. O medo e as perguntas sem resposta por detrás dos diagnósticos de microcefalia deram lugar ao amor e a esperança.
Diversos estudos investigam a relação da síndrome com o vírus da Zika.
João Antônio e Maria Alice, na verdade eram três, mas um dos bebês acabou não se desenvolvendo no início da gestação.
Durante toda a gravidez, Fabiana fez mais de 10 ultrassons e todo o acompanhamento necessário, em nenhum momento foi informada de que os filhos tinham microcefalia, o que aconteceu somente após o parto.
“Meu marido e eu sonhávamos com um filho. A gente namora, casa e quer ter uma família.
No comecinho foi difícil até para a própria Medicina era algo novo. Imaginei que iríamos passar dificuldades e que não daríamos conta de cuidar deles. Hoje percebo que todos os obstáculos podem ser superados”
Conta Fabiana.
A mãe dos gêmeos trabalhava como acompanhante de pacientes em tratamento de saúde e teve que sair do emprego. O sustento da família vem do emprego do marido, que ganha menos de dois salários.
“Quase metade do salário dele vai para o financiamento da nossa casa, o restante é dos nossos filhos, para o que eles precisarem”
Diz.
As crianças usam 10 fraldas por dia, usam remédios controlados e tomam cinco latas de leite que custam R$45,00 a unidade por semana. Para conseguir arcar com todos os custos, o casal conta com a ajuda de amigos e até de pessoas que não conhecem.
Neste dia, que é dedicado às crianças, meu desejo é que todas tivesse acesso à saúde, que pudessem ser bem cuidadas. No caso de mães com filhos especiais, costumo dizer que é preciso amor e paciência, para persistir e respeitar o tempo deles’
Finaliza.
O nome de Maria Vitória foi escolhido pela mãe.
Para Rose, a escolha representa tudo que a menina de apenas três meses teve que superar para estar viva.
“Quando estava com cinco meses de gestação veio o diagnóstico de microcefalia, fiquei em choque, mas se Deus a trouxe para mim assim, é porque tenho a missão de cuidar dela e vou dar o melhor de mim para que isso aconteça”
Fala.
Em um dos ultrassons que fez, Rose descobriu que a filha tinha uma fenda no crânio e precisava ser operada. Três dias após o nascimento dela foi feita a cirurgia.
Recentemente, ela e o marido descobriram que Maria Vitória perdeu a visão de um dos olhos.
“Me disseram que as chances dela sobreviver eram poucas. Eu pedia a Deus que me desse ela, como eu podia aceitar ficar com ela na barriga por nove meses e sair do hospital sem ela?”
Relembra a mãe.
As mesmas dificuldades enfrentadas por Fabiana e Rafael também são as de Rose e do marido Márcio, que sustenta a família vendendo tortas.
“Ele levanta três horas da manhã e trabalha em casa. Não temos plano de saúde, ela precisa de usar um remédio que custa R$ 200 e dura só uma semana”
Desabafa.
Rose também tem o mesmo desejo de Fabiana.
“Com todas as dificuldades, quero que ela seja saudável. Que não seja refém da deficiência que tem. Eu vou ajudá-la a andar, a falar, a brincar e acredito que tudo isso possa ser possível e minha vida será sempre em função dela, para o bem-estar e a felicidade dela”
Finaliza.
Com Informações de: G1.
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