O gigante celeste tem as dimensões de quase dois Júpiters, mas a mesma densidade de uma rolha.
O TrES-4 é um planeta que foi observado pela primeira vez em 2006 pelos astrônomos do observatório Lowell, no Arizona-EUA, Estados Unidos. Sua descoberta foi divulgada na revista astronômica Astrophysical Journal no ano seguinte.
Até hoje, o TrES-4 ocupa o posto de maior planeta já encontrado pela humanidade, sendo quase duas vezes maior que Júpiter. O gigante faz parte da Constelação de Hércules e orbita um sistema solar com dois sóis.
Seu nome vem das iniciais do projeto do qual fazem parte os pesquisadores que o encontraram: é o Trans-Atlantic Exoplanet Survey, ou Busca Transatlântica por Exoplanetas, em tradução livre. Essa busca planetária foi feita usando telescópios não só no Arizona, mas também na Califórnia-EUA e nas Ilhas Canárias.
Muito grande e muito vazio
Mais impressionante que seu tamanho, é a densidade do planeta gigante, que é de apenas 0,2 gramas com centímetro cúbico, a mesma de uma rolha. Por conta dessa característica curiosa, o TrES-4 já foi apelidado também de planeta-cortiça. Para dar uma ideia do absurdo, esse corpo celeste é 70% maior que Júpiter, o maior planeta do nosso Sistema Solar, e, no entanto, é leve o suficiente para poder flutuar na água.
Por ser muito próximo da estrela que orbita, apenas 7.000.000 de quilômetros, o planeta é também muito quente: um dia típico por lá têm cerca de 1.300 graus celsius. Apesar disso, o TrES-4 não podia ser explicado pelos modelos teóricos para planetas gigantes superaquecidos que os cientistas tinham até então, tendo sido um mistério desde o primeiro momento de sua descoberta.
Até hoje, os astrônomos não sabem explicar porque esse planeta é tão grande, tanto que se fosse para analisá-lo de acordo com os conhecimentos atuais, ele nem deveria existir.
"TrES-4 parece ser um problema teórico"
Disse Edward Dunham, um membro da equipe de estudo do observatório Lowell.
"Os problemas são bons, pois aprendemos coisas novas resolvendo-os."
Justamente por conta de sua força gravitacional baixíssima, que é o que permite sua densidade de rolha, o planeta gigante também apresenta outro efeito incomum. Quando ele se move, parte de sua atmosfera escapa, fazendo com que ele deixe um rastro semelhante a um cometa.
Segundo Georgi Mandushev, outro dos astrônomos do observatório Lowell, que esteve envolvido na descoberta,
“provavelmente não existe uma superfície plana no planeta, nós afundaríamos nele se pisássemos”.
Outra curiosidade é que o TrES-4 demora apenas três dias e meio para completar sua órbita em torno da estrela-mãe. Isso significa que um ano nele dura menos que uma semana na Terra.
Por fim, também é possível que esse planeta gigante esteja próximo de seu fim. Isso porque a estrela em volta da qual ele gira, a GSC02620-00648, já esgotou todo o seu combustível interno.
Portanto, ela está próxima de sua morte, em que a estrela se tornará uma gigante vermelha (que é mais fria que outras mais brilhantes, como o nosso Sol atualmente), engolfando planetas que estejam muito próximos, tal como o TrES-4.
Com Informações de: Aventuras na História.
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