Mãe alegou que o filho se feriu ao cair de um banco de 45 centímetros. Justificativa que, segundo a Polícia Civil, não é compatível com as lesões identificadas na necrópsia. Caso ocorreu em Montes Claros.
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a morte de um menino de dois anos em Montes Claros-MG. A mãe foi indiciada por homicídio triplamente qualificado. O pai e a avó também responderão, com base no artigo 135 do Código Penal, por deixar de prestar assistência à criança. Os três moravam com o garoto em uma casa no Bairro Renascença.
Omissão de socorro
Art. 135. "Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
o socorro da autoridade pública":
Pena
"Detenção, de um a seis meses, ou multa".
Parágrafo único. "A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte".
O delegado Bruno Rezende pediu ainda a conversão da prisão temporária da mãe em preventiva. A mulher permanece detida desde o dia 13 de Abril. Ela alegou que o filho se feriu ao cair de um banco de 45 centímetros. Justificativa que, segundo a Polícia Civil, não é compatível com as lesões identificadas na necrópsia.
“Mesmo trabalhando com isso há muito tempo, toda a equipe ficou muito sensibilizada com o caso, é uma situação que nos choca. A gente não espera esse comportamento de uma mãe.
Mãe é cuidado, é proteção, é amor, é carinho”
Destacou Bruno Rezende.
O laudo apontou que a criança morreu em decorrência de “choque distributivo¹, consequente a perfuração do intestinal, devido a traumatismo abdominal por instrumento contundente”.
Rezende explica que a perfuração do intestino pode ter sido causada, por exemplo, por murros, chutes e socos.
“Em razão das agressões recorrentes, o menino apresentou febre, inchaço, dificuldades para se alimentar e evacuar. Mesmo diante de tanto sofrimento, era punido por chorar de dor"
Disse o delegado no dia da prisão da mulher.
Agressões constantes
Testemunhas disseram à Polícia Civil que a mãe agredia o filho em qualquer lugar, inclusive, na rua. Antes de morrer, o menino sofreu por três dias.
Com a piora do quadro clínico, a família foi orientada a levar, com urgência, a criança para atendimento médico, entretanto, só acionaram o SAMU 24 horas depois, diminuindo a expectativa de sobrevivência da vítima.
Inicialmente, o menino foi para o Hospital Universitário, mas precisou ser transferido para a Santa Casa em função do grave quadro de saúde. Ele sofreu por três dias e morreu no dia 20 de Fevereiro. As duas unidades de saúde e o Conselho Tutelar fizeram relatórios que foram anexados à investigação.
A Polícia Civil suspeita, com base nas provas levantadas, que a mulher batia no menino ao ser desagradada pelo companheiro, pai da criança.
“Temos informações que após o sepultamento do filho, a investigada foi para um bar beber. Ela teve que se mudar e alugou uma casa para morar, já que nenhum familiar a aceitava. Antes do óbito, testemunhas presenciaram ela dizer que a criança deveria morrer”
Falou Bruno Rezende.
1 - Choque distributivo
O choque distributivo ou vasogênico ocorre quando o volume sanguíneo é anormal e deslocado no sistema vascular tal como ocorre quando ele se acumula nos vasos sanguíneos periféricos.
Esse deslocamento de sangue causa uma hipovolemia relativa porque o sangue insuficiente retorna ao coração.
Com Informações de: G1.
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