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01 janeiro 2020

BRASÍLIA-DF - Mulher foi morta a facadas por ex-namorado após não reatar relacionamento,

Luciana de Melo Ferreira, de 49 anos, é 34ª vítima de feminicídio na capital em 2019. Corpo foi encontrado pela filha dela.


                  A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu as investigações sobre a morte da funcionária terceirizada do Tribunal Superior do Trabalho - TST Luciana de Melo Ferreira, de 49 anos. 

                  Segundo o inquérito, ela foi morta pelo ex-namorado, o vigilante Alan Fabiano Pinto de Jesus, de 45 anos, após não aceitar reatar o relacionamento com ele. 
                  O caso é o 34º de feminicídio este ano no Distrito Federal.

                 O crime ocorreu no dia 21 de Dezembro. No entanto, o corpo da vítima só foi encontrado no dia 23, pela filha dela, na casa onde as duas moravam, no Sudoeste Econômico.

                 Segundo a Polícia Civil, Alan de Jesus "confessou parcialmente" o crime. Ele foi preso em flagrante no dia 24 de Dezembro, enquanto estava internado no Hospital de Base do Distrito Federal após passar mal.


Versão do suspeito

                 O suspeito prestou depoimento nesta Segunda-feira (191230), ainda na unidade de saúde. Aos investigadores, ele assumiu que invadiu o prédio da ex e disse que tinha a intenção de conversar com ela e reatar o namoro.

                 No depoimento, ele disse que foi rejeitado e atacado pela ex com um objeto cortante e que foi ela quem começou a esfaquear a si mesma. De acordo com o suspeito, após o início das agressões, ele conseguiu tomar o objeto e esfaqueou Luciana por cinco vezes.

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                 Ainda segundo Alan, a vítima ficou agonizando por cerca de 30 minutos enquanto ele ainda estava no apartamento. Ele afirmou que, quando deixou o local, Luciana ainda estava com vida e, questionado sobre o porquê de não ter chamado socorro, ficou em silêncio.

                 O suspeito também assumiu que, ao deixar o local do crime, levou objetos pessoais da vítima, como a bolsa e o celular. Alan afirmou que jogou os objetos no caminho enquanto ia para a casa de outra ex-mulher, no Riacho Fundo-DF, onde ficou até ser levado ao hospital.


Polícia duvida

                 Para o delegado Ricardo Viana, da 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro-DF, a versão do suspeito não condiz com as evidências encontradas durante a investigação, principalmente o laudo cadavérico. O exame mostra que a vítima foi esfaqueada entre 45 e 48 vezes, a maioria pelas costas. 
                 Ainda de acordo com o laudo, Luciana tinha ferimentos de defesa.

"O laudo cadavérico é muito discrepante da versão apresentada por ele. A gente acredita que ela lutou pela vida mas, com o número excessivo de facadas, perdeu força."

                 Segundo o delegado, Alan de Jesus vai responder pelo crime de homicídio qualificado por feminicídio, emboscada, motivo útil, e por tentar burlar a investigação, já que agiu para fazer a polícia acreditar que se tratava de um latrocínio.

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Histórico de violência

                 Câmeras de segurança do condomínio onde Luciana morava ajudaram a polícia a identificar o suspeito. A gravação mostra Alan chegando ao local às 20:33 horas do último Sábado (191221).

                 A mulher chegou às 22:30 horas. Alan, que esperava no terraço, viu a ex-namorada e desceu as escadas, até o apartamento dela. 
                 Menos de 30 minutos depois, ele foi embora.

                 Segundo a polícia, Luciana e Alan tiveram um relacionamento de quatro meses marcado por violência. As investigações apontaram que, no mês de Julho, foi registrada a primeira ocorrência envolvendo o casal. Alan destruiu a entrada do prédio onde Luciana morava, após ela sinalizar que queria terminar o relacionamento.

                 Em Outubro, a vítima chegou a denunciar o ex, que foi preso. Segundo a ocorrência, "Alan disse que ia jogar o carro contra uma árvore para matar os dois, mas a mulher pulou do carro."

                 Alan ficou detido por três dias e saiu com medida protetiva, ele não poderia se aproximar de Luciana
                 A Justiça determinou ainda que ele usasse tornozeleira eletrônica.

                 No entanto, conforme a Polícia Civil do Distrito Federal, o suspeito estava sem usar a tornozeleira quando ele cometeu o crime. A retirada do equipamento foi autorizada pela Justiça depois que Luciana concordou com a medida.

                 De acordo com o delegado Ricardo Viana, que investiga o caso, a revogação da medida protetiva e do uso da tornozeleira ocorreu no dia 4 de Dezembro.

                 Com Informações de: G1.

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