Henrique Fabiano Dias Coelho foi enterrado nesta Segunda-feira (191014). Seis adolescentes foram apreendidos pelo crime.
Parentes e amigos do motorista de aplicativo Henrique Fabiano Dias Coelho, de 25 anos, se reuniram na tarde desta Segunda-feira (191014) para o enterro do jovem, assassinado no fim de semana durante um assalto.
O sepultamento ocorreu no cemitério de Taguatinga-DF.
Henrique foi encontrado morto na madrugada de Domingo (191013), em uma área próxima ao Setor de Indústria e Abastecimento - SIA, em Brasília-DF.
Seis adolescentes foram apreendidos pelo assassinato.
Durante o enterro, a mãe do motorista, Ana Cléa Ferreira, disse que o filho já havia demonstrado preocupação com os riscos enfrentados no trabalho.
"Ele sabia do risco, mas precisava trabalhar. Todo motorista de aplicativo sabe que vai sair, mas não sabe se volta. Ele dizia que rejeitava algumas corridas quando via que podia haver algum perigo. Mas não foi suficiente."
Ana Cléa também pediu a aplicação de medidas que possam trazer mais segurança a esses motoristas.
"Eu quero justiça. Quero que seja feita alguma coisa para dar condições de trabalho a esse povo. Para que nenhuma outra mãe tenha que passar pelo que passei nos últimos dois dias"
Disse.
Segurança
A morte de Henrique foi a segunda de um motorista de aplicativo no último fim de semana. A Polícia Civil também investiga o óbito de Tiego do Carmo Cavalcante, de 28 anos. O corpo dele foi encontrado no Sábado (191012), em uma estrada de chão em Samambaia-DF.
Tiego foi baleado no rosto e o carro dele não estava no local. A polícia ainda apura o caso. Em protesto contra a falta de segurança, motoristas de aplicativo fizeram uma carreata durante o enterro de Henrique Fabiano Dias Coelho.
O grupo saiu do Taguaparque e seguiu em direção ao cemitério onde ocorria o sepultamento. Os carros traziam mensagens com pedidos de justiça e segurança. Os motoristas também buzinaram enquanto se aproximavam da capela.
Acionadas pela reportagem, as empresas 99 Pop e Uber lamentaram os casos e disseram que colaboram com as investigações (veja comunicados na íntegra abaixo).
Morador de Samambaia, Henrique era torcedor do Flamengo e uma blusa do time foi colocada sobre o corpo dele no enterro. Segundo a mãe, ele era o filho mais velho e seu "braço direito" em casa.
Pessoas próximas ao jovem também o descrevem como uma pessoa sempre disposta a ajudar.
“Era um menino responsável.
Ele ajudava em casa desde criança”
Afirma o amigo da família Willian Lima, de 40 anos.
"[Esse crime] arrancou tudo o que eu tinha dentro de mim. Ele era um excelente menino e fazia tudo por todo mundo"
Afirma a avó de Henrique, Maria da Penha Moraes Coelho.
O crime
Os seis adolescentes apreendidos pelo crime confessaram o assassinato, segundo a polícia. As investigações apontam que o grupo pediu uma corrida na saída de uma igreja, em Águas Claras-DF, com destino ao Guará-DF.
No trajeto, eles anunciaram o assalto.
Os menores contaram em depoimento na delegacia que estavam com uma arma falsa. Eles mandaram Henrique parar o carro e, ao perceber que se tratava de um simulacro, a vítima teria reagido.
O jovem trabalhava há dois meses como motorista.
Um dos suspeitos disse à polícia que enforcou o homem até ele desmaiar. Ao acordar, Henrique foi imobilizado novamente e não resistiu à agressão. Ele morreu no local.
O corpo foi abandonado em uma área do SIA e localizado, horas depois, por um taxista.
Segundo a Polícia Militar, o grupo fugiu com o carro e, depois do crime, deixou o veículo no estacionamento de um supermercado, na tarde de Domingo (191013). De lá, eles seguiram para um shopping. Em seguida, os adolescentes foram para a QE 30 no Guará, onde o carro foi localizado à noite.
Com os suspeitos, a polícia apreendeu uma arma falsa supostamente usada no crime, além de um facão e uma faca. Na ocorrência consta que eles estavam também com um canivete, cinco celulares e R$103,00 em dinheiro.
Os adolescentes foram encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente - DCA, na Asa Norte-DF.
O que dizem as empresas
Confira posicionamento da empresa 99 Pop:
A 99 informa que está apurando os casos. A empresa lamenta profundamente essas situações de violência e se solidariza com a família das vítimas.
Pela apuração inicial da 99, o caso do motorista Henrique Fabiano Dias Coelho não aconteceu durante uma corrida da plataforma. Uma equipe foi mobilizada para conferir a ocorrência de Tiego Cavalcante e está buscando contato com a família da vítima para oferecer todo o apoio e acolhimento necessários. Enquanto isso, o app está disponível para colaborar com as investigações da polícia, caso necessário.
A plataforma tem a segurança como prioridade em sua estratégia, com foco em três pilares: prevenção das ocorrências, proteção dos motoristas durante o trabalho e atendimento humanizado, quando necessário.
Ou seja, o aplicativo atua pela segurança antes, durante e depois das corridas.
Antes das chamadas, os motoristas recebem informações sobre o destino, a nota do passageiro e se ele é frequente, além de o app pedir ao passageiro que inclua CPF ou cartão de crédito antes da primeira corrida. Os condutores podem escolher não receber pagamento em dinheiro e a empresa realiza cursos presenciais com orientações sobre segurança, indicando tipos de corridas suspeitas, zonas de risco e explicando a central de atendimento.
Outros recursos focados em prevenção são o uso de inteligência artificial que pode evitar ocorrências ao vasculhar padrões de comportamento de pessoas mal-intencionadas e bloquear as chamadas de risco, além de mapear zonas perigosas com o envio de notificações ao condutor para que ele possa decidir aceitar ou não a viagem.
Durante as corridas, o condutor pode acionar o kit de segurança, que compartilha a rota com parentes e amigos em tempo real. Para depois das viagens, a empresa possui uma central telefônica de emergência 24:00 horas, 7 dias por semana, que responde prontamente em caso de necessidade. Os condutores estão protegidos em suas corridas realizadas pela 99. Desde o aceite até a finalização das corridas, eles são cobertos por um seguro contra acidentes pessoais.
Confira posicionamento da Uber:
A Uber lamenta que motoristas parceiros sejam alvo de violência que permeia nossa sociedade. A empresa permanece à disposição para colaborar com as autoridades no curso de investigações ou processos judiciais, nos termos da lei.
A segurança é prioridade para a Uber, por isso a empresa segue investindo constantemente em novas tecnologias.
A Uber passou a adotar no Brasil o recurso de machine learning, que usa a tecnologia para bloquear viagens consideradas mais arriscadas. Esta ferramenta usa algoritmos que aprendem de forma automatizada a partir dos dados e bloqueia viagens consideradas potencialmente mais arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais de identificação. A empresa lançou, também, uma ferramenta que reúne os recursos de segurança para motoristas parceiros, inclusive um botão para ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app.
Além disso, o aplicativo exige do usuário que quiser pagar somente em dinheiro que insira o CPF e data de nascimento, dados que são checados na base de dados do SERASA. Todas as viagens são registradas por GPS, o que permite que a Uber colabore com as autoridades, nos termos da Lei, em caso de necessidade, e o motorista também pode compartilhar a localização, o trajeto e o horário de chegada, em tempo real, com quem desejar. O aplicativo permite, ainda, que solicitações de viagens sejam canceladas por motoristas parceiros quando não se sentirem seguros.
Por fim, nossos parceiros contam com um número de telefone 0800 para registrar e solicitar apoio da Uber depois que tiverem comunicado incidentes às autoridades e estiverem em segurança - por exemplo, no caso da necessidade de acionar o Seguro para Acidentes Pessoais que cobre todas as viagens.
Com Informações de: G1.
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