Inspeção constatou que não havia local para refeição, abrigo contra chuva, sanitário nem reposição de água potável.
Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho - MPT, Superintendência Regional do Trabalho - SRT e Polícia Rodoviária Federal - PRF resgatou 66 pessoas em situação análoga à de escravo em Paracatu-MG, na Região Noroeste de Minas Gerais.
Segundo informações da força-tarefa que atuou no caso, esses trabalhadores estavam em um alojamento mantido pelo Condomínio de Empregadores Rurais Santa Maria, cujas condições eram precárias, além de outras irregularidades encontradas.
Durante a inspeção no local, os procuradores do MPT que participaram da ação, Mateus de Oliveira Biondi e Sônia Toledo Gonçalves, e auditores fiscais do Trabalho constataram que trabalhadores exerceriam suas atividades na colheita de milho desprotegidos e sob risco de acidentes.
Nas frentes de trabalho, não havia local para refeição, abrigo contra chuva, sanitário e reposição de água potável. A força-tarefa também verificou péssimas condições nos alojamentos dos trabalhadores, além da ausência de fornecimento de roupa de cama, sendo que alguns trabalhadores utilizavam tijolos e pedaços de madeira com travesseiro, acúmulo de lixo, entre outros problemas.
Houve também infrações quanto ao registro formal dos trabalhadores, à falta de depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e controle de jornada, às condições em que o transporte para a colheita de milho era realizado.
Tráfico de pessoas
Conforme ainda apurado pelos procuradores e auditores, todos os resgatados foram aliciados para o trabalho por meio de "gatos", pessoas que intermediavam ilegalmente a contratação da mão de obra com a promessa de pagamento de diária de R$70,00 e oferta de bom alojamento.
"Apuramos que muitos dos trabalhadores, insatisfeitos com as condições oferecidas, retornaram por conta própria para suas cidades de origem, muitas vezes com a ajuda de parentes"
Destaca relatório da força-tarefa.
Os trabalhadores são de cidades do Norte de Minas, do Maranhão e Piauí.
Os trabalhadores são de cidades do Norte de Minas, do Maranhão e Piauí.
"Os trabalhadores foram trazidos de diversas partes do país e ficavam no alojamento sem saber ao certo quando iriam trabalhar. Muitos deles ficavam vários dias sem trabalhar, já que não eram acionados pelo empregador, e nesses períodos não recebiam qualquer valor nem era fornecida alimentação a eles"
Acrescentou o procurador Mateus de Oliveira Biondi.
Em razão das irregularidades, o Condomínio de Empregadores Rurais Santa Maria teve as atividades suspensas pelos auditores fiscais, que também lavraram autos de infração contra o empregador. Além disso, os trabalhadores que saíram do Nordeste do país receberam R$500,00 para o custeio da passagem de volta e aqueles que moram na Região Norte de Minas tiveram um ônibus fretado.
Com Informações de: Paracatu News.
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