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21 novembro 2018

ARAGUARI-MG - MPMG denuncia médico responsável por dois partos onde a cabeça dos bebês foram separadas do corpo

Clínico Fernando Borges Santos foi denunciado por homicídio culposo, improbidade administrativa, além do pedido de afastamento das funções que exerce no SUS. O médico não quis falar sobre o caso com o G1.

                 O médico Fernando Borges Santos, que realizou dois partos onde as cabeças dos bebês foram separadas do corpo em Araguari, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais - MPMG nesta Terça-feira (181120).

                 De acordo com o promotor Fernando Henrique Zorzi Zordan, ele responderá por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, em duas ações na esfera criminal e uma ação civil por improbidade administrativa com pedido de indenização por dano moral coletivo.

                 Além disso, o MPMG solicitou em liminar o afastamento do clínico das funções que realiza pelo Sistema Único de Saúde - SUS na Santa Casa de Araguari-MG.
                 Por telefone, o médico disse ao G1 que não tem interesse de falar sobre o caso.

Relembre o caso passo a passo

                 No dia 30 de Outubro de 2017, a parturiente Tânia Borges Vieira da Silva, de 41 anos na época, denunciou que a cabeça e o corpo da filha foram separados durante um parto normal. 

                 Na época, a mulher contou ao G1 que a gestação foi tranquila e acompanhada por um médico em Tupaciguara-MG, cidade onde vive.


                 O caso foi o segundo registrado na unidade em menos de cinco meses.

                 O médico Fernando Borges Santos foi identificado como sendo o responsável pelos dois partos relatados acima, ocorridos dentro da Santa Casa de Araguari.

                 Também em Março de 2018, foi exumado o corpo do bebê que teve a cabeça separada do corpo durante o parto realizado neste ano. 
                 A decisão foi para auxiliar na investigação do MPMG e da Polícia Civil.

                 Em Outubro deste ano, quase um ano após o início das investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito que apura o primeiro caso de cabeça derradeira e indiciou o médico por homicídio culposo enviando a situação para o MPMG
                 O segundo caso ainda está em investigação da Polícia.

                 Nesta Terça-feira (181120), o MP concluiu a investigação que realizava paralelo a da Polícia Civil e denunciou o médico.

                 A Santa Casa de Araguari confirmou que o médico Fernando continua até esta Terça-feira trabalhando normalmente, inclusive realizando partos, na unidade, uma vez que não há nenhuma decisão judicial que impeça o médico de atuar.

                 Por telefone, o Conselho Regional de Medicina - CRM-MG) confirmou também nesta Terça-feira que Fernando não tem especialidade de ginecologia e obstetrícia registrada no conselho, mas explicou que legalmente ele pode atuar nesta área. 
                 O que não é permitido é a divulgação de nenhuma especialidade pelo médico.


Denúncias

                 O promotor Fernando Zorzi explicou que realizou as denúncias uma vez que a investigação que contou, inclusive, com prova pericial produzida pelo corpo médico do MP, comprovou que o médico foi o culpado pelas mortes dos fetos, uma vez que partiu dele a decisão em realizar os partos normais nas duas situações.

"Foi verificado que as crianças, em ambas as situações, estavam sentadas, o que já dificulta a realização de partos normais. Além disso, ele não conversou com as gestantes, não ouviu a vontade delas. Não teve a mínima humanização que a gente espera nestes casos"
                 Explicou o promotor.

                 Sobre as ações em relação a improbidade administrativa com pedido de indenização por dano moral coletivo, Zorzi explica que como o médico atua no SUS, ele manchou a imagem da instituição.

"Foi pedido um valor de R$200.000,00 para o Fundo de Saúde, pois o SUS sofreu uma quebra de credibilidade inclusive com receio de gestantes em terem que dar a luz na Santa Casa da cidade"
                 Disse.

                 Já o pedido de afastamento do SUS foi justificado pelo promotor, pois na rede pública a gestante não consegue escolher qual médico quer ser atendida.

"Na rede particular a pessoa tem a possibilidade de escolher por qual médico quer receber atendimento, por isso foi solicitado o afastamento dele apenas na esfera pública. Já na rede particular cabe ao CRM, por enquanto, definir a situação"
                 Finalizou Zorzi.

                 O G1 entrou em contato com o CRM que informou que só poderia falar sobre o assunto em nota a partir desta Quarta-feira (181121). 
                 A reportagem também aguarda nota da Santa Casa de Araguari.

                 Com Informações de: G1.

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