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19 outubro 2017

DISTRITO FEDERAL - Tatuadores do DF usam técnica 3D para reconstruir seio de mulheres que tiveram câncer

Profissionais recriam aréola e mamilo; projeto também cobre cicatriz de mastectomia com desenhos delicados. Trabalho é gratuito; saiba como se inscrever.

                 Uma iniciativa de tatuadores do Distrito Federal está ajudando a resgatar a autoestima de mulheres que venceram a luta contra o câncer de mama. 

                 Com o uso de técnicas realistas, com variação de sombras e cores, a tatuagem 3D (em três dimensões) permite que os profissionais redesenham o mamilo e a aréola do seio de quem passou por cirurgia para a retirada de tumor.

                 A cada “Outubro Rosa”, a ação se intensifica e as interessadas podem se inscrever, de graça, pela internet. O único critério, é o atestado médico que dá a indicação para o procedimento. 

"Parece que o mamilo está saindo da pele"
                 Dizem algumas mulheres.

Micro-pigmentação paramédica


                 A aposentada Márcia Mendes, de 52 anos, foi uma das mulheres atendidas pelo projeto. Aos 39 anos, ela foi diagnosticada com câncer na mama esquerda. A cirurgia de mastectomia - retirada da mama - aconteceu em menos de 30 dias após a identificação da doença. E, mesmo com a implantação da prótese de silicone para dar uma nova forma ao local mutilado, ela diz que a “autoestima não estava completa”.

                 Para Márcia faltavam os detalhes do mamilo e aréola do seio. A vontade de se olhar novamente no espelho só veio após o procedimento com um dos tatuadores. 
                 Segundo ela – que até então nunca teve uma tatuagem - a satisfação foi tanta que decidiu também cobrir a cicatriz da mastectomia com um desenho.

“Minha depressão já tinha alcançado o último nível. Foi aí que fiz uma rosa em cima da cicatriz. Ficou linda e só ajudou na minha autoestima, porque foi algo feito com muito carinho.”

                 Curada do câncer e agora com uma tatuagem, a aposentada ajuda a divulgar a inciativa de “micro-pigmentação paramédica” – como é conhecida a técnica – e leva até outras mulheres o que ela considera essencial: autoestima e informações sobre prevenção.

“Hoje posso dar uma aula de conhecimento da situação e de autoestima também. 
Aos 52 anos continuo super vaidosa. 
Me sinto ótima!”


Quem faz acontecer

                 O tatuador Cleison Rosa Leite, mais conhecido como PH Tatoo, é um dos profissionais que está à frente da iniciativa. Há sete anos ele começou, de forma independente e gratuita, a atender as mulheres que foram submetidas à mastectomia.

"Tudo começou com o procedimento em uma amiga que superou a doença mas, durante o tratamento, ela perdeu parte da mama"
                Lembra PH.

“Ela ficou muito emocionada e desde então decidi fazer o trabalho e não cobrar.”

                 A recompensa, diz o tatuador, é “ver no outro o sentimento de realização”.


Outros tatuadores

                 Depois da primeira experiência, PH se uniu a outros profissionais e há três anos o grupo participa do Brasília Tatoo Festival

                 A convenção de tatuagem, uma das maiores do Brasil, reúne no Distrito Federal tatuadores de todo o mundo em busca de divulgação da arte e também de “fazer o bem”.

                 Este ano, o evento acontece de 3 a 5 de novembro no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília-DF. Apesar do custo do ingresso para o público em geral (R$25,00 – meia), a tatuagem para cobertura de cicatriz em mulheres mastectomizadas e para reconstituição da aréola e mamilos é de graça.

                 Além da gratidão das mulheres atendidas, com o trabalho em benefício de alguém, PH teve também o reconhecimento da equipe médica. Atualmente o tatuador ministra cursos para médicos interessados em aplicar a técnica em pacientes imediatamente após a cirurgia de implantação de prótese mamária.


Câncer de mama

                 Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres e também o mais letal, sendo a segunda principal causa de morte na América Latina

                 A nível mundial, entre todos os tipos de câncer, o de mama é o que mais mata mulheres na faixa dos 20 aos 59 anos. A doença também atinge homens, mas a incidência representa 1% do total.

                 O Instituto Nacional de Câncer - INCA estimou 57.960 novos casos de câncer de mama no Brasil em 2017. Somente no DF, a previsão é de 1.020 novos casos.

                 Apesar do aumento das taxas de câncer de mama em mulheres mais jovens, ainda assim, a faixa etária entre 40 e 50 anos representa 74% do casos. Por isso, a Sociedade Brasília de Mastologia recomenda a realização da mamografia anualmente a partir dos 40 anos.

                 Já a indicação do Ministério da Saúde é que o exame seja feito a cada dois anos pelas mulheres com 50 anos ou mais – grupo considerado prioritário.

Reconstrução mamária

                 Desde 2013 uma lei obriga o Sistema Único de Saúde - SUS a realizar cirurgias de reconstrução mamária em mulheres que retiraram a mama devido ao câncer. No Distrito Federal, o procedimento, segundo a Secretaria de Saúde, é feito nos hospitais regional da Asa Norte-DF, Santa Maria-DF e Sobradinho-DF.

                 Ainda de acordo com a pasta, em média por ano, são feitas 860 cirurgias plásticas desse tipo no DF. Já o tratamento de câncer de mama na rede pública de Saúde é feito no Hospital de Base e nos regionais de Sobradinho, Taguatinga-DF e Gama-DF.

Serviço:

Brasília Tatoo Festival

                 Inscrições para micro-pigmentação mamária podem ser feitos no site do evento

                 Vagas são limitadas a até 30 mulheres. 
                 Dia e hora a combinar.
 
                 O procedimento é gratuito e precisa de indicação médica.

                 Com Informações de: G1.

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JISOHDE FOTOGRAFIAS

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