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30 setembro 2017

UBERLÂNDIA-MG - Enfermeira grava desabafo sobre estacionamento para deficientes

Cejane Aires fez apelo no Facebook sobre vagas que são desrespeitadas em Uberlândia. Gravação ocorreu esta semana, depois que motociclista parou em local irregular; além da criança, ela também se feriu.

               Um vídeo contendo o desabafo de uma mãe na internet esta semana em Uberlândia-MG ultrapassou 6.000.000 de visualizações e 100.000 compartilhamentos até o início da noite desta Sexta-feira (170929). 

               Isso porque a enfermeira Cejane Aires, de 46 anos, gravou um apelo sobre o problema que enfrenta diariamente com a filha Luisa, de 9 anos, por conta das vagas de estacionamento destinadas a deficientes físicos que não são respeitadas.

               A menina tem deficiência motora e cognitiva e toda as vezes que a família precisa parar o veículo e descer com a criança, enfrenta o dilema do desrespeito.

               Cejane contou ao G1 que postou o vídeo contendo o desabafo logo após um episódio que ocorreu em um restaurante no Bairro Santa Mônica, na última Quarta-feira (170927), quando um motociclista parou nas faixas zebradas - utilizada para que a porta do veículo abra totalmente na intenção de auxiliar a saída da pessoa com deficiência.

               Durante a tentativa da mãe de retirar a filha do carro, acabou queimando as pernas no escapamento da moto que estava parada irregularmente e a filha bateu a cabeça e os braços na porta do veículo.

               Segundo ela, o motorista pediu desculpas e reconheceu o erro, mas para ela o momento foi “a gota d’água” de uma situação que vive sempre. 

“Fiz o vídeo porque a dor da Luíza é a minha dor. 
Todos esses anos vendo a minha filha ser ignorada e aí transbordou. 
Foi ‘a gota d’água para mim,”
               Desabafou.

               A enfermeira é casada, mas o marido mora fora. Ela está em Uberlândia há aproximadamente cinco anos com a filha e contou que brigar por vagas destinadas a deficientes não é novidade.

“Já havia acontecido várias outras vezes, em muitas delas sou xingada e humilhada por estar reivindicando um direito. As pessoas tentam argumentar, falam que é só por um minutinho, que não vão demorar e até que eu podia estacionar em vagas próximas e não necessariamente na destinadas aos deficientes” 
               Acrescentou.

               O vídeo viralizou rapidamente na web com milhares de comentários de apoio à mãe. A enfermeira disse em entrevista ao G1 que não imaginava que o vídeo pudesse tomar tal proporção e que espera que pelo menos um pouco das pessoas que viram ou compartilharam lembrem-se do vídeo quando estiverem no trânsito.

“Eu não tinha ideia de como o vídeo iria ser visto. 
E ele viralizou. Se eu consegui que algumas pessoas pensassem nas atitudes assistindo ao meu desabafo, já estou feliz,” 
               Disse.

               Após a publicação, a enfermeira disse que recebeu muitas mensagens, principalmente de pessoas que passam pela mesma situação. 

“São pais que enfrentam dificuldades com os filhos cadeirantes, filhos que passam pela mesma situação com os pais e até mesmo cadeirantes que dirigem e têm que enfrentar tudo isso sozinhos,”
               Acrescentou.

               Mas o que mais chamou a atenção de Cejane foram pessoas admitindo que estacionam em vagas de deficientes se dizendo tocadas pelo apelo. 

“Também tive muito apoio de pessoas que disseram estacionar em vagas de deficientes falando que meu vídeo as tocou, isso me alegrou e me deixou com mais esperança,”
               Relatou.


Problemas do dia a dia

               Cejane também contou em entrevista que passa por problemas com vagas em praticamente todos os lugares que tenta levar a filha. 

“Eu gosto que ela faça a atividades para estimula-la, mas sempre quando saio é uma dor de cabeça,” 
               Disse.

               Um dos problemas enfrentados é deixar a criança na escola todos os dias. 

“Na escola ou eu chego 15 minutos mais cedo ou 15 minutos depois para ter vagas, pois no horário correto nunca tenho onde estacionar,”
               Relatou.

               A enfermeira também comentou sobre a mobilidade da filha nas ruas da cidade e a falta de paciência com que alguns motoristas tratam quando ela reivindica os direitos dela.

“É muito difícil andar com a cadeira de rodas em alguns lugares da cidade, praticamente impossível. E no caso das vagas, quando vou reivindicar a pessoa finge que não vê ou pede pra que eu estacione em outra vaga além de ser grosso,” 
               Desabafou.

               Com Informações de: G1

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JISOHDE FOTOGRAFIAS

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