Paciente recebeu diagnóstico fatal ao procurar hospital quando quadro piorou. Profissional nega irregularidade e deverá pagar R$ 200 mil por danos morais e negligência.
Justiça do Distrito Federal condenou um médico que faz tratamento ortomolecular que prometeu curar um câncer de uma paciente. Como não surtiu efeito, o estado de saúde de Miriam Mendonça piorou, e ela acabou morrendo.
O processo foi movido pela família.
Na sentença, o juiz manda o médico Herval Cavalcanti pagar indenização de R$200.000,00 por danos morais e negligência a devolver o dinheiro investido no tratamento contra câncer nas glândulas salivares.
Cabe recurso.
Ao longo do processo, o juiz lembra que Miriam pagou por todos os medicamentos e procedimentos indicados pelo médico: aplicações de células-tronco, soros de desintoxicação, kits tônicos para imunidade e para o fígado.
O custo total é de R$27.000,00.
Durante o tratamento, o médico afirmava que estava percebendo clara melhora e diminuição da lesão. Mas em setembro de 2016, Miriam foi ao Hospital de Base, onde recebeu este diagnóstico:
“diante da gravidade da doença, não havia mais chances de realizar tratamento cirúrgico”.
“O que restou comprovado é que o tratamento não tinha eficácia e não tem nada mais objetivo do que a própria morte que infelizmente veio acontecer”
Declarou o defensor público Antonio Carlos Cintra, que atuou pelos interesses da família.
Por telefone, o médico Herval Cavalcanti negou que tenha prometido a cura da paciente.
“Eu não trato câncer, nunca tratei e não vejo como tratar em terapia ortomolecular um tumor, principalmente como o dela.”
No site do médico, aparece que ele é especializado em cardiologia e tem mais de 30 anos de experiência em medicina ortomolecular.
A promessa é de emagrecimento.
Para especialistas, o tratamento alternativo – até espiritual – é muito importante para os pacientes, por dar uma forma a mais de segurança. No entanto, alertam que isso não significa deixar o tratamento tradicional deixado de lado.
O Conselho Regional de Medicina declarou que não foi notificado sobre o caso. Também afirmou que o médico já chegou a ser suspenso e censurado publicamente por três vezes.
Com Informações de: G1.
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