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23 dezembro 2016

BOCAIUVA-MG - Prefeito eleito é investigado por fraudar fila do SUS

Gê da Saúde era diretor no Hospital Gil Alves, onde as fraudes aconteciam. Investigação aponta que pacientes conseguiam cirurgias com apoio do diretor.



              A Polícia Civil investiga um possível esquema de fraude na fila do SUS dentro do Hospital Gil Alves, em Bocaiuva-MG

              A investigação aponta que pacientes da cidade de Engenheiro Navarro-MG foram beneficiados com atendimentos médicos e cirúrgicos na unidade hospitalar, sem que respeitassem o sistema do SUS.

              De acordo com a Polícia Civil, as investigações iniciaram em maio deste ano para apurar possíveis desvios de recursos do Hospital para uma clínica particular de Bocaiuva

"A delegacia de Bocaiuva recebeu a requisição ministerial para investigar possível crime contra o patrimônio público. E durante as investigações surgiram fortes indícios de que realmente estaria ocorrendo fraude ao sistema de saúde SUS, e também fraudes às secretarias municipais, as quais o Hospital de Bocaiuva atende"
              Explica o delegado regional, Jurandir Rodrigues.

              Um dos diretores do hospital é o prefeito eleito de Engenheiro Navarro, João Geraldo Dias, o Gê da Saúde - SD. Durante campanha, mesmo afastado, segundo a investigação, ele organizava e dava ordem para atender os pacientes da cidade de Engenheiro Navarro.

“Algumas das vezes houve o falseamento de endereço das pessoas; pessoas residentes em Navarro eram colocadas como se residissem em outras cidades da micro região hospitalar. Assim elas conseguiam um agendamento em tempo muito menor que se estivessem esperando pela cota normal de Engenheiro Navarro”.


              O G1 teve acesso a áudios que mostram o prefeito eleito conversando com um funcionário do hospital por nome de Fernando. Na ocasião, Gê da Saúde estava afastado da direção do hospital, mas ainda pede que o apoio do servidor na captação de votos. Confira na íntegra:

Gê: Cê que tá na triagem aí, não é?
Fernando: Tô. Pode encaminhar pra mim aqui negão.
Gê: Viu
Fernando: Beleza!
Gê: Se Deus quiser “ni” outubro nós tá aí de volta aí.
Fernando: Amém, amém... viu.
Gê: Ó e o pessoal de Navarro que “cê” for “atendeno” aí “cé” vai “pedino” voto pra nós viu.
Fernando: Pode deixar, pode deixar sim...

              Outra gravação mostra o prefeito eleito em conversa com um sobrinho, que também trabalha na instituição.

Gê: Bom “Sergin”?
Sobrinho: OPA, FALA “TI”... bom? Tava no plantão do Samu aqui, num podia atender não. Mas agora já sai aqui já, pode falar.
Gê: CÊ tá indo em Bocaiuva amanhã?
Sobrinho: Amanhã eu tô em Bocaiuva.
Gê: Aí dá para olhar um paciente lá de Santo Hipólito? Mesmo pra dá uma guia. Depois em outubro que eu voltar lá a gente tratar desse cara lá.
Sobrinho: Santo Hipólito é zona rural de Navarro?
Gê: Não, Santo Hipólito é lá perto de Corinto.

              Também ouvido pela Polícia Civil, um antigo colaborador de campanha do prefeito eleito afirmou ter levado 120 pessoas para algum tipo de procedimento no Hospital em troca de voto. Ele afirma que deixou de trabalhar na campanha de Gê da Saúde, ao perceber irregularidades no pleito eleitoral. 

“Só eu intermediei muitos pedidos, e isso inclui muitos votos para cada pedido, por exemplo, uma cirurgia de laqueadura de trompas para uma mulher abocanhar mais de seis votos”
              Afirmou o ex-colaborador.

              No inquérito também é revelada a ausência de Autorização de Internação Hospitalar - AIH; documento imprescindível para que o SUS pague pelo procedimento ao Hospital, segundo a Polícia Civil.


O que dizem os envolvidos
              Uma das diretoras do hospital, Kátia Cilene Silva, afirmou que assumiu a diretoria há cinco meses e os servidores foram orientados a não ter este tipo de atitude. 

              A diretora explicou também que, se preciso, irá abrir um procedimento administrativo para tomar as medidas necessárias, caso fique comprovado alguma atitude ilícita envolvendo servidores da unidade.

              O advogado Décio Marílio Dias, afirmou que seu cliente, João Geraldo Dias, não agiu em nenhum momento de forma ilícita enquanto diretor do hospital e nem durante a campanha eleitoral. 

“Ele é diretor do hospital há oito anos. O Hospital de Bocaiuva é regional, assim, é obrigado a atender os pacientes dos municípios da microrregião. Não tem como furar a fila do SUS pois é um sistema integrado, via WEB”
              Explica o advogado.

              O G1 também procurou o Ministério Público estadual, mas o responsável pelo caso não foi encontrado. Porém, o procurador regional eleitoral, Patrick Salgado, disse que solicitou ao promotor que se pronuncie a respeito das ações tomadas por ele.

              Com Informações de: G1.

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JISOHDE FOTOGRAFIAS

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