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03 setembro 2016

MARIANA-MG - Comunidade de Paracatu de Baixo escolhe terreno para reconstrução

A previsão é que representantes de 108 famílias participem da votação.
Distrito foi destruído por 'mar de lama' causado por rompimento de Fundão.


              Depois de perder cerca de 50 casas para a enxurrada de lama provocada pelo rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora SAMARCO, em Mariana-MG, na Região Central de Minas Gerais, em novembro de 2015, a comunidade do Distrito de Paracatu de Baixo escolhe neste Sábado (160903) o terreno onde serão construídas as novas moradias. 
              Apenas a igreja e o prédio da antiga escola ficaram de pé.

              A previsão é que representantes de 108 famílias participem da votação. Eles vão escolher entre três áreas denominadas Joel, Toninho e Lucila
              Todas estão localizadas perto do Distrito de Paracatu de Baixo. A eleição acontece no Centro de Convenções de Mariana.

              De acordo com a mineradora SAMARCO, assim que o terreno for escolhido, será feito um levantamento junto as famílias para definir o projeto urbanístico da nova comunidade que terá, além das casas, escola, posto de saúde e campo de futebol.


Bento Rodrigues
              Em maio deste ano, moradores de Bento Rodrigues, destruído pela lama, escolheram o terreno onde será construído o novo distrito. Conhecida como Lavoura, a área fica a cerca de oito quilômetros e Mariana e a cerca de nove quilômetros do local devastado pela tragédia. 
              Segundo a SAMARCO, a área destinada à construção é de 89 hectares.

              Em junho, a comunidade de Gesteira, Distrito de Barra Longa, definiu pelo terreno chamado de Macacos, de sete hectares. Ele vai receber oito casas destinadas a 55 famílias.

              Segundo a SAMARCO, o levantamento de interesses com os moradores de Bento Rodrigues e Gesteira já foi feito para a realização dos projetos urbanísticos.


Tragédia
              Considerado o maior desastre ambiental do país, o rompimento da barragem da SAMARCO, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, ocorreu em 5 de novembro do ano passado, causando 19 vítimas. 

              Quatro delas moravam em Bento Rodrigues e uma visitava parentes na comunidade. O “mar de lama” também destruiu mais de 80% das construções do distrito.

              Segundo o funcionário da SAMARCO e líder de reconstrução das comunidades, Alexandre Pimenta, cerca de 230 famílias da comunidade estão iniciando o processo de inventário de bens. Além de casas, a previsão da SAMARCO é que sejam reconstruídos outros imóveis, como escola, igrejas e posto de saúde.

“Nós queremos que eles [moradores] participem, por exemplo, de como vai ser as suas casas. Não seja uma coisa totalmente padronizada e que eles realmente componham, se sintam inseridos nesse processo para que, lá na frente, nós tenhamos o menor grau de insatisfação possível”
              Pontua o promotor de Justiça Guilherme Meneghin.

              A expectativa é que as obras para reconstrução de Bento Rodrigues durem três anos. 
              Pimenta não precisou, porém, uma data para o início dos trabalhos.

“Após a escolha do terreno, a gente ainda vai aprofundar alguns estudos. Depois, nós vamos fazer os acordos coletivos e o desenvolvimento do ‘master plan’, que é basicamente o layout dessa comunidade. 

Em paralelo a isso, tem o licenciamento ambiental do empreendimento. Somente vencidas essas etapas, a gente inicia as obras”
              Explica.

              A votação foi realizada no Centro de Convenções de Mariana, das 8:00 horas às 17:00 horas. Cada uma das cerca de 230 famílias teve direito a um voto. Para que a eleição fosse validada, era necessário que ao menos 60% dos representantes das famílias votassem. O terreno vencedor deveria obter ao menos 60% dos votos.

Os moradores poderiam escolher entre três áreas. Além de Lavoura, participaram da votação os terrenos conhecidos como Bicas e Carabina.

Bicas, de propriedade da própria SAMARCO, fica a cerca de 15 quilômetros da sede de Mariana e de 15,5 quilômetros de Bento Rodrigues
              A área que seria destina à construção era de 186 hectares, segundo a mineradora. 

              Já Carabina, de um proprietário particular, fica a cerca de dois quilômetros da sede do município e a 16,5 quilômetros do distrito. A área passível de construção era de 60 hectares.


              Com Informações de: G1.

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