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12 agosto 2016

BRASÍLIA-DF - Policiais civis do DF decidem manter operação-padrão até Segunda-feira

Categoria quer equiparação salarial com PF e fez ato em frente ao Buriti.
Governo retirou proposta anterior, mas se reúne com sindicato na segunda.


               Policiais civis do Distrito Federal decidiram, em assembleia nesta Quinta-feira (160811), manter a operação-padrão iniciada em julho até a próxima Segunda-feira (160815). 

               A data marca a próxima reunião de dirigentes sindicais com o governo, para discutir uma pauta de reivindicações que inclui equiparação de salários e benefícios com a Polícia Federal.

               O ato reuniu cerca de 4,5 mil agentes e delegados em frente ao Palácio do Buriti, segundo estimativa do Sindicato dos Policiais Civis - SINPOL. O deputado distrital Cláudio Abrantes e o federal Laerte Bessa (PR) participaram da assembleia.

               Após a votação, o grupo marchou rumo à sede da Secretaria de Segurança Pública e gritou palavras de ordem pedindo a saída da chefe da pasta, Márcia de Alencar.

               Segundo os policiais, os pedidos foram motivados por uma declaração polêmica de Márcia na semana passada, durante paralisação de 72 horas. O período incluiu a abertura da Olimpíada em Brasília-DF. De acordo com os sindicalistas, Márcia afirmou em uma reunião que a atuação dos policiais civis "não faria falta" no patrulhamento dos Jogos.

               Nesta Quinta-feira (160811), chefes de sessão – papiloscopistas, oficiais de custódia e delegados-chefe – assinaram termos para a entrega de cargos de chefia na próxima Terça-feira (160816), se a negociação salarial não avançar. 
               A Polícia Civil diz que 1.000 agentes – incluindo 200 delegados – devem deixar os postos e outros podem preencher termos de recusa, caso sejam nomeados para as vagas abertas.

               Durante a assembleia, policiais se revezaram no microfone para encaminhar propostas de votação. 

               Um dos oradores disse não se importar com as chefias porque era "cana" e já respondia a processos por tortura e abuso de autoridade. 
               Ele foi aplaudido por colegas ao terminar o discurso.

               Um agente também pediu que os funcionários do Instituto Médico Legal - IML parassem de recolher os corpos, em casos de morte natural, que policiais entregassem as armas e que um grupo fosse designado para acompanhar e "pressionar" deputados distritais na Câmara Legislativa. 

               Destas, apenas a proposta relacionada ao IML foi aprovada e começa a valer a partir desta Quinta-feira.

               O diretor do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil - SINDEPO, Rafael Sampaio, disse que em reunião nesta Quinta-feira (160811), os delegados decidiram que vão entregar os cargos em caso de proposta diferente do que pede a categoria.

"Nós decidimos que a categoria vai apoiar o SINPOL e em caso de uma resposta diferente do que esperamos na reunião de Segunda-feira, não haverá outro modo há não ser a paralisação dos policiais civis."

               O deputado federal Laerte Bessa (PR) disse que a categoria tem direito ao aumento porque tem os salários pagos através do fundo constitucional. 

"O recurso do fundo constitucional nos dá esse direito e o fundo tem dinheiro suficiente para nos dar esse aumento. Então, é falácia dizer que não tem dinheiro para dar o aumento porque nós recebemos através da verba federal."

               A operação-padrão dos policiais civis começou no dia 4 de julho e foi intensificada no fim do mês. 
               A cartilha distribuída pelo sindicato prevê que os agentes ajam estritamente pelas regras da corporação, sem horas extras ou operações com guarnições menores que o recomendado.


Histórico
               Na última Quarta-feira (160803), policiais civis aprovaram em assembleia uma paralisação geral de 48 horas válida a partir das 8:00 horas do dia seguinte. 

               O período incluiu a estreia de Brasília-DF como subsede da Olimpíada Rio 2016. Segundo o sindicato, o movimento tinha adesão de delegados e agentes de investigação.

               No mesmo dia (160803), o GDF anunciou a retirada de uma proposta de reajuste salarial feita a policiais civis, que previa aumentos escalonados até 2018. 
               Por conta da paralisação, agentes “abandonaram” na Quinta-feira (160804) a segurança nos hotéis onde estavam hospedadas as seleções do Iraque, Dinamarca e África do Sul.

               De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, eles foram substituídos por policiais militares. A segurança do hotel da Seleção Brasileira já era de responsabilidade da PM.

               No dia estreia da Olimpíada no DF, os policiais civis fizeram uma passeata para protestar por aumento salarial. O ato aconteceu a menos de 400 metros do estádio Mané Garrincha, dentro do perímetro de segurança da arena. A manifestação começou às 14:15 horas, quando Iraque e Dinamarca abriam as disputas de futebol masculino na arena. 

               Até as 15:30 horas, meia hora antes do início de Brasil x Iraque, o ato era mantido no local e terminou às 16:10 horas.

               Na Sexta-feira (160805), o chefe da Casa Civil do DF, Sérgio Sampaio, afirmou que o governo não negociaria salários e reajustes durante a paralisação. 

               Ao G1, o político afirmou que, se a proposta do sindicato fosse acatada, o governo precisaria desembolsar R$450.000.000,00 a mais por ano para honrar os salários.

               Os policiais retomaram os postos de trabalho às 8:00 horas de Sábado (160806), após 48 horas de paralisação por melhores salários. 
               Segundo a direção da Polícia Civil, a escolta das delegações internacionais que estavam em Brasília-DF para a Olimpíada e o atendimento nas delegacias foram restabelecidos e aconteciam normalmente.


               Na Segunda (160808), a categoria fez nova assembleia e deu continuidade à operação-padrão, sem aprovar novas paralisações gerais. 

               Durante caminhada, policiais gritaram palavras de ordem como "polícia unida jamais será vencida" e "faca na caveira, e nada na carteira" – bordão utilizado no filme "Tropa de Elite". 
               Apitos e rojões também foram usados no trajeto.

               Após a assembleia, os policiais civis caminharam até o Palácio do Planalto, sede do governo do presidente em exercício Michel Temer

               Três faixas do Eixo Monumental estavam isoladas para os policiais, que invadiram as outras três e bloquearam todo o trânsito no sentido rodoviária-Congresso.

               Com Informações de: G1.

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