Delegado explicou que as provas colhidas permitiram identificar que o assassinato teve motivação passional. Os levantamentos ainda apontam que o policial é suspeito de tentar atrapalhar a apuração. Advogado diz que não há provas que incriminem PM.
Um policial militar foi preso temporariamente em uma investigação que apura um homicídio em São João da Ponte-MG. Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de ser o mandante do crime, que ocorreu em uma lanchonete no dia 191204.
Em coletiva de imprensa nesta Terça-feira (200915), o delegado Willian Fernandes explicou que as provas colhidas permitiram identificar que o assassinato teve motivação passional. Os levantamentos ainda apontam que o policial é suspeito de tentar atrapalhar a apuração.
“Testemunhas afirmaram que a vítima publicizava estar mantendo relação sexual com a esposa do preso nessa ação policial”
Fala.
À polícia, a mulher negou que manteve relacionamento extraconjugal com a vítima.
O advogado César Ricardo de Oliveira Guimarães, que defende o policial, afirmou que a prisão foi decretada com base em "indícios decorrentes de fuxicos, de comentários em redes sociais na comunidade".
O defensor ainda disse que "não existe materialidade nenhuma que vincule meu cliente ao cenário do crime. Ele atuou de maneira isenta e em nenhum momento participou de alguma forma interferindo no processo, no fato em si."
O G1 procurou pela Polícia Militar e aguarda retorno.
‘Alguém que sabia manusear armamento’
O homem assassinado era proprietário da lanchonete e estava no local quando um criminoso encapuzado entrou e atirou diversas vezes, usando uma pistola 380.
O modo como o atirador manuseou a arma chamou a atenção dos investigadores, já que ele fez a troca de carregador de forma tática, segundo delegado, esse é um atributo de alguém que sabe manusear ao armamento.
O homem foi atingido por mais de 25 disparos, a maioria no rosto e no tórax. O delegado afirma que a forma como os tiros foram efetuados permite inferir que a intenção era desfigurar a vítima. O criminoso fugiu com um comparsa, que o aguardava em uma moto.
Willian Fernandes esclareceu que o militar foi preso como mandante, mas que as investigações prosseguem para identificar o atirador e o piloto da moto.
Adulteração da cena do crime
O delegado ainda destacou que foram identificados elementos de que o investigado alterou a cena do crime.
“Tão logo ocorreu o crime, o agente foi acionado, até porque compunha um órgão policial responsável por preservar a ordem pública”.
Ao ser questionado se esse foi o momento em que houve alteração, Fernandes destaca que a apuração “evidencia que não foi só nesse momento que ele buscou fraudar a investigação”. Ele ainda cita como exemplo que o investigado atuou “danificando cartões de memória que registraram a ação do executor.”
Atuação da Corregedoria da Polícia Militar
Durante a coletiva de imprensa, Willian Fernandes destacou que a Corregedoria da Polícia Militar, instituição definida por ele como "co-irmã", tinha conhecimento sobre o mandado de prisão antes do cumprimento.
Os policiais civis estiveram na casa do investigado, mas ele não foi encontrado. Em seguida, a corregedoria fez um contato com o militar, que se apresentou espontaneamente na 11º Região Integrada de Segurança Pública, em Montes Claros-MG.
Foi cumprido ainda um mandado de busca e apreensão na residência. Os policiais apreenderam equipamentos eletrônicos.
O delegado explicou que a investigação não está ligada com a conduta do preso enquanto policial militar, por isso, ele permanece à disposição da Justiça comum.
“A lei é para todos, seja os professores, médicos, promotores, juízes, policiais civis ou militares, a lei é para todos e deve ser aplicada.”
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