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18 janeiro 2017

BRASIL - Anvisa aprova primeiro medicamento à base de maconha no país

A ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou pela primeira vez o registro de um medicamento à base de Maconha no Brasil.


               O Mevatyl, que agora ganha aval para ser vendido em farmácias, é composto por 27mg/ml de THC (tetrahidrocannabinol) e 25mg/ml de CBD (canabidiol), substâncias derivadas da Cannabis sativa.

               Segundo a agência, o medicamento, conhecido no exterior pelo nome comercial Sativex, chegará ao mercado na forma de solução oral (spray). O produto é fabricado pela GW Pharma, da INGLATERRA, mas será distribuído no Brasil pela Beaufour Ipsen Farmacêutica, de SÃO PAULO, que entrou com pedido de registro na ANVISA em 2014.

               O medicamento já é comercializado em outros 28 países, como CANADÁ, ALEMANHA, ESTADOS UNIDOS, DINAMARCA, SUÉCIA, SUÍÇA e ISRAEL. Ele é indicado para tratamento de espasticidade moderada à grave (condição em que os músculos são rígidos e ficam contraídos), quadro relacionado à esclerose múltipla.

ERVA QUE CURA:
               Neuropatias/Dor - O THC tem potencial de reduzir a dor em neuropatias de várias origens, como a diabética e a relacionada à Aids, mas pode não ser o melhor tratamento.
               Espasticidade - O THC e o canabidiol (CBD) podem ajudar a controlar alterações bruscas de tônus muscular, como na esclerose múltipla.
               Caqueixa/Falta de apetite - O dronabinol, um THC sintético, teve bom efeito na melhora de apetites de casos graves de Aids, além de melhorar o sono.
               Quimioterapia/Náuseas - Canabinoides podem ter papel tanto pró ou anti-vômito e é difícil a padronização da terapia.
               Doença de Chron - Há chances de que a maconha possa controlar o quadro da doença inflamatória intestinal.
               Estresse pós-traumático - Esse efeito não foi caracterizado e é possível que o uso atrapalhe outros tratamentos.
               Glaucoma - Para aliviar a pressão intraocular, o paciente deveria fumar maconha até 8 vezes ao dia.
               Depressão - Estudos que testaram o nabiximols (proporção igual de THC e CBD) para depressão favorecem o placebo.
               Sindrome dde Tourette - Houve redução dos "tics", característicos da sindrome com o uso de capsulas de THC.

               O produto deve chegar ao mercado com tarja preta, modelo que requer receita médica especial "A" (cor amarela) e assinatura de um termo de consentimento pelo paciente.

               Ainda não há informações sobre o preço. 
               Em geral, após o registro, o processo é encaminhado para análise da CMED - Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, órgão que define o valor máximo pelo qual o produto poderá ser vendido no país. A avaliação dura cerca de três meses.

               Segundo a empresa IPSEN, a previsão é que o produto chegue às farmácias a partir de junho deste ano.

               A aprovação do primeiro medicamento à base da maconha ocorre pouco mais de um mês após a Anvisa ter criado critérios para permitir o registro desses produtos no Brasil, o que abriu espaço para a decisão anunciada nesta semana.

               Passaram a ser autorizados o registro e comercialização de medicamentos com concentração de até 30 mg/ml de canabidiol e THC. Na ocasião, a Folha apurou que o pedido de registro do Mevatyl já estava em fase final de análise pela agência.

               Recentemente, algumas famílias vinham conseguindo autorizações judiciais para plantar maconha medicinal em casa. Nesse caso, contudo, o óleo da planta é usado para epilepsia.

CONTRAINDICAÇÕES

               Segundo a ANVISA, o Mevatyl é recomendado apenas para pacientes adultos que não demonstraram resposta a outros medicamentos –não há dados de segurança e eficácia do produto para uso em crianças e adolescentes abaixo de 18 anos.

               Ainda de acordo com a agência, ao contrário de outros produtos à base da cannabis, o novo medicamento não é indicado para tratamento de epilepsia. Isso ocorre porque ele possui THC, derivado da maconha que, segundo a agência, possui potencial de agravar as crises epiléticas. Também é contraindicado para gestantes, idosos (devido ao risco de quedas) e usuários regulares de cigarro da cannabis, informa nota técnica da Anvisa.

               Apesar de possuir THC, substância conhecida por gerar efeitos psicoativos, estudos clínicos apontam que a ocorrência de dependência a partir do uso do Mevatyl é tida como "improvável".

               Nas faixas etárias para a qual o medicamento foi aprovado, o remédio deve ser usado em conjunto com os remédios atualmente utilizados pelo paciente.

               Denis Bichuetti, membro da Academia Brasileira de Neurologia e professor de neurologia na UNIFESP, esclarece que o novo remédio serve apenas para tratar alguns sintomas da esclerose múltipla. 

"Ele serve para tratar a dor e espasticidade. Não é um medicamento desenvolvido para frear a doença. É só para quem já tem algum grau de sequela"
               Diz.

               Segundo ele, estudos feitos em países onde o medicamento já é utilizado mostram que cerca de 50% a 60% dos pacientes relatam melhora nos sintomas. Os demais não apresentam respostas –desses, cerca de 20% abandonam o tratamento por efeitos colaterais, como sonolência, boca seca, ganho de peso e náuseas, efeitos em geral comuns a outros medicamentos.

"Como muitos medicamentos novos, há uma curva de aprendizado. Mas provavelmente teremos que ter cautela com a polifarmácia, ou seja, quem já usa um medicamento sedativo precisa adaptar para incorporar o Sativex [Mevatyl]"
               Diz.

               Para Bichuetti, o novo remédio pode ser útil para pacientes que não respondem a outros remédios do mercado.

"Se o paciente tem o sintoma [de dor e rigidez muscular] e responde bem a uma medicação que já existe no mercado, acessível e a custo baixo, não tenho porque prescrever algo novo. Não sabemos ainda o preço [do Mevatyl], mas provavelmente não deve ser o de uma aspirina"
               Afirma. 

"Para o paciente que já fez uso de vários tratamentos diferentes e sofre de espasticidade, é bom ter uma opção a mais."

               Margarete Brito, da APEPI - Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes da Cannabis Medicinal, diz ver a decisão como um avanço. 

"Principalmente por ser um remédio à base de cannabis e com alto índice de THC. Agora vai ser difícil médicos dizerem que o THC não é remédio"
               Afirma. 

               Com Informações de: Folha.UOL.

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