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11 dezembro 2016

SÃO PAULO - 'Sonho era vê-la de noiva', diz viúvo de mulher morta em acidente de helicóptero

Udirley Damasceno esperava no altar a noiva, Rosemeire Silva. Ela queria fazer uma surpresa e chegar de helicóptero ao casamento, mas aeronave caiu no caminho.



               O chaveiro Udirley Marques Damasceno contou em entrevista ao Fantástico que sonhava com o dia em que veria a noiva, Rosemeire Nascimento Silva, usando o véu e o vestido brancos de casamento. 

               O sonho estava prestes a se tornar realidade, mas foi interrompido com a queda do helicóptero que levava a amada para o altar montado em um sítio na cidade de São Lourenço da Serra, na Grande São Paulo, no Domingo (161204). Outras três pessoas também morreram no acidente.

               Segundo Udirley, o casamento idealizado por ele e a mulher era um verdadeiro "sonho de conto de fadas", com "tudo produzido nos mínimos detalhes". Rosemeire planejava o próprio matrimônio há anos e já guardava dinheiro para o grande dia antes de saber quem seria o marido. "Todo mês ela fazia a reserva dela", lembra o noivo.

               O casal se conheceu na igreja há cerca de dois anos. 

"Ficamos paquerando um ano, sem ter contato, sem falar nada. Aí fomos despertando, né... Por mensagem até marcar para sair"
               Conta Udirley. 

               O custoso primeiro encontro foi registrado em uma foto. 

               Depois dele, o relacionamento engrenou rápido e, em três meses, eles já estavam noivos.
               Se Rosemeire já guardava dinheiro antes mesmo de conhecer o marido, quando o encontrou a economia passou a ser maior ainda e, de acordo com o noivo, esforços não faltaram para aumentar o orçamento da festa: 

"A gente teve muito, muito sacrifício mesmo. 
Trabalhando, fazendo [hora] extra, trabalhando até mais tarde". 
"Meu sonho era vê-la de noiva".

               "Perfeccionista", como define Udirley, o casamento tinha que ser do jeito que a amada imaginava. Mas nem todos os planos dela eram de seu conhecimento. Assim como ele, Rosemeire tinha um sonho. No caso, chegar ao casamento voando em um helicóptero. E de surpresa, sem que quase ninguém soubesse. O sonho tinha preço e foi pago em duas parcelas de R$900,00.

               Uma das poucas pessoas que sabiam da surpresa era a irmã de Rosemeire, Helaine Aparecida Alves Silva, que relembra como a noiva estava empolgada com a ideia do voo: 

"Ela falava assim: 
'Nossa, Segunda-feira todo mundo vai falar que sou rica'"
               O "todo mundo" a que se referia eram os cerca de 300 convidados que escolheu a dedo para assistir à celebração.

Grande dia 
               O grande dia de Rosemeire começou cedo. Às 7:00 horas, já estava no salão de beleza para cuidar do cabelo e da maquiagem. Às 14:00 horas, já estava vestida de branco, pronta para subir ao altar. 
               Foi de carro até Osasco, na região metropolitana de São Paulo, de onde partiu o helicóptero, e antes de embarcar, posou para aquela que seria a última foto de sua vida.

               Além da irmã e de alguns organizadores da festa, outras três pessoas sabiam do voo e acompanhavam Rosemeire na aeronave em direção ao casamento: o irmão dela, Silvano Nascimento da Silva, que seria o encarregado de levá-la até o altar, o piloto, Peterson Pinheiro, e a fotografa, Nayla Cristina Neves Lousada, grávida de seis meses.

               O helicóptero, modelo Robinson 44, no entanto, nunca chegou ao seu destino. A aeronave caiu em uma área de mata próximo à Rodovia Régis Bittencourt, a cerca de 2 km do sítio onde aconteceria o matrimônio. O motivo da queda ainda é investigado pela polícia. A principal hipótese é de que o acidente tenha acontecido devido ao mau tempo que cobria o céu de neblina naquele Domingo.

               O voo deveria durar cerca de 15 minutos e a expectativa era de que Rosemeire e os outros tripulantes aterrissassem no gramado do sítio por volta das 16:20 horas. Os minutos, porém, passavam e nada. O atraso da noiva é tradicional, mas começou a tomar dimensões exageradas e passou a preocupar o dono do buffet, Carlos Eduardo Batista.

"Eu logo peguei o telefone e liguei para as autoridades. E foi através delas que nos informaram que infelizmente havia acontecido o acidente e que fatalmente as quatro pessoas tinham morrido"
               Relembrou um emocionado Batista

"Quando eu relatei ao Udirley, aí realmente ele entrou em uma situação, assim, dramática"
               Completou.

               Udirley conta que passou mal ao ouvir a notícia: 

"Pra mim não chorar e não mostrar para o povo, eu peguei e saí andando ali para a praça de brinquedos que tem, das crianças. Aí fiquei lá, praticamente desmaiando já. Tomei ar, tomei ar e aí voltei (...) Todo mundo chorando, desesperado, e a gente lá dentro, gritando".


Respostas
               A produção do Fantástico ligou e foi até a empresa VoeNext, contratada pela noiva para fazer o voo, mas ninguém quis gravar entrevista. Em nota, a companhia disse que é uma "agência de turismo" e que apenas intermediou o aluguel do helicóptero, de propriedade de outra empresa, a HCS. Por sua vez, a HCS afirmou que não era responsável pelo voo e que apenas cedeu a aeronave. 

               A Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC garante que, caso seja constatada alguma irregularidade, a responsabilidade é das duas empresas.

               Noivo e familiares das vítimas aguardam, agora, um desfecho para o caso. 

"Nós queremos apuração, né. Que a Justiça seja feita". 
"Foi um terror, um desastre para todo mundo"
               Lamentou Udirley.

               Com Informações de: G1.

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