Quatro pessoas foram detidas pelo MP suspeitas de lavagem de dinheiro. Prisão é desdobramento da 'Serendipe'; advogado de empresa enviou nota.
O Ministério Público - MP prendeu nesta Quarta-feira (161019) três homens e uma mulher suspeitos de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em Uberlândia-MG.
De acordo com o MP, são proprietários e um ex-funcionário da garagem de veículos Paddock, localizada no Bairro Brasil.
Segundo a denúncia o grupo auxiliava criminosos envolvidos com roubos de carga a transformarem o dinheiro conseguido de forma ilícita em veículos.
Foram presos, o dono da garagem, a mãe, cujo nome era usado na revenda de veículos, o cunhado do proprietário e o ex-gerente. Eles vão responder por 20 crimes de lavagem de dinheiro e também cinco crimes por falsidade ideológica, por adulterarem contratos sociais de empresas laranjas.
O grupo foi levado para o Presídio Jacy de Assis.
O advogados que representam a Paddock informaram que os a empresa e pessoas envolvidas jamais participaram ativa ou passivamente de qualquer organização criminosa.
Segundo os promotores responsáveis pela ação, o esquema foi descoberto após desdobramentos da Operação “Serendipe”, que apura envolvimento de policiais civis em roubo de cargas. Após um dos carros usados para pagamento de propina de policiais civis ter sido encontrado no local, os promotores realizaram busca e apreensão na garagem no último dia 5 de outubro e apreenderam documentos que comprovaram o esquema de lavagem de dinheiro.
De acordo com o MP, os criminosos que lavavam dinheiro na garagem é um casal que foi denunciado na Operação "Catira" e está foragido. Os promotores contaram que o esquema funcionava assim: eles compravam veículos na Paddock com dinheiro procedente de crime.
O dono da revendedora e a mãe dele, operavam as contas por meio de algumas empresas laranjas sendo três papelarias da cidade e uma falsa empresa de licitação, além do ex-gerente da garagem de veículos.
O dono da revendedora, a irmã e o cunhado dele eram os operadores do esquema de lavagem de dinheiro.
Ainda segundo foi informado, é possível que os donos da garagem tenham movimentado, pelo menos, R$10.000.000,00 nos últimos cinco anos. Uma das evidências dos promotores é que o patrimônio dos envolvidos é aquém da realidade de faturamento do local.
Posicionamento da Paddock
Por meio de nota, os advogados Flávio Martins, Lucas Silveira e Aurélio Pajuaba - que representam a revendedora, além da papelaria e empresa de licitação - se posicionaram sobre o fato.
Esclareceram que são empresas regulares e que as pessoas referidas reiteram e afirmam que “jamais, em tempo algum, participaram ativa ou passivamente de qualquer organização criminosa, bem como jamais cometeram qualquer crime apontado pelos acusadores”.
Informaram ainda que os acusados terão direito de se defender e que, “por um evidente equivoco, tal operação que é meritória por combater o crime, acabou por envolver indevidamente as empresas aqui referidas e os sócios e familiares delas provenientes”.
Ressaltaram também que “os fatos apontados pelos acusadores aos acusados são em sua totalidade atos lícitos do dia a dia empresarial de qualquer empresa deste país, tais como alterações contratuais e vendas de bens a terceiros de maneira lícita”.
Operação ‘Serendipe’
Quatro etapas da Operação ‘Serendipe’ já foram desencadeadas pelo Ministério Público de Minas Gerais e vários policiais civis foram presos, entre eles um delegado.
As investigações se iniciaram há cinco meses com uma força-tarefa de quatro promotorias da cidade.
De acordo com promotores, os policiais faziam uma investigação paralela à da Polícia Federal - PF e mapeavam duas organizações criminosas que atuavam no roubo de cargas na região. Em seguida, faziam o flagrante dos criminosos e subornavam para que pudessem ser liberados, forjando o boletim de ocorrência.
Entre os suspeitos investigados e presos em Belo Horizonte-MG está um delegado que atuou em Uberlândia-MG, e 12 investigadores. Além dos policiais, outras cinco pessoas também estão presas suspeitas de envolvimento no caso.
Segundo apurado pelo Ministério Público Estadual - MPE, os policiais pediam propina aos integrantes das quadrilhas investigadas durante as operações “Catira” e "Fideliza”, ambas da Polícia Federal.
O promotor Daniel Marota explicou que as investigações nesta operação continuam e outros policiais podem ser presos.
“Dentro da Serendipe temos vários processos investigatórios. Alguns desses processos já foram finalizados e outros continuam. Dependendo da apuração pode ser, ou não, que outros policiais sejam presos. Até agora nenhum destes presos manifestou ao Ministério Público interesse de realizar delações premiadas”
Explicou.
Com Informações de: G1.
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